Sem atendimento, mulher com suspeita de dengue morre em calçada
Familiares de Rosa da Silva, 61, acusam o município de Marília de negligência e omissão de socorro. A Secretaria de Saúde da cidade diz que vai apurar o caso
Uma mulher de 61 anos com suspeita de dengue morreu na calçada, depois de esperar três horas pelo atendimento médico numa unidade de saúde básica de Marília, no centro-oeste do Estado. A morte ocorreu na noite de sexta-feira e, no sábado (7), a família procurou a Polícia Civil para denunciar a omissão de socorro. A cidade está em emergência em razão de uma epidemia de dengue, com 1 500 casos confirmados.
De acordo com familiares, a dona de casa Rosa da Silva teve o diagnóstico de dengue na quinta-feira, mas foi liberada para fazer o tratamento em casa. Como o estado de saúde piorou, ela voltou à unidade municipal de saúde na noite seguinte, mas não conseguiu atendimento porque não havia médico.
Testemunhas disseram que ela não estava suportando a dor e decidiu voltar para casa. Após sair do posto de atendimento, ela caiu na calçada a 50 metros de onde mora e foi encontrada morta.
A família acusa o município de negligência e omissão de socorro e informou que vai recorrer à Justiça. A Secretaria de Saúde de Marília informou que deveria haver um médico no atendimento e que vai apurar o que ocorreu. O decreto de emergência autoriza a prefeitura a contratar profissionais de saúde sem concurso.
A morte é a segunda na cidade com suspeita de dengue este ano – o outro caso envolveu uma aposentada de 78 anos, mas a causa da morte ainda não foi confirmada. No total, pelo menos 13 pessoas morreram em 2015 no estado de São Paulo com suspeita de dengue. Os casos ainda aguardam resultados de exames.