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Secretária de Doria compara alimento granulado a whey protein

Eloisa Arruda informou que o granulado é um suplemento alimentar e que não será distribuído de forma indiscriminada para a população

Por Estadão Conteúdo
17 out 2017, 10h01
Alimento granulado foi apresentado pelo prefeito João Doria (PSDB) na semana passada (Reprodução / Facebook/Veja SP)
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A secretária municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo, Eloisa Arruda, informou que o alimento granulado apresentado pelo prefeito João Doria (PSDB) na semana passada, durante o lançamento do programa Alimento para Todos, é um suplemento alimentar que não será distribuído de forma indiscriminada para a população. Ela comparou o produto, feito pela empresa Plataforma Sinergia – que o chama de “farinata”, ao suplemento Whey Protein, produto feito com a proteína do soro do leite.

“O rico tem direito a suplemento alimentar. O menino que faz ginástica compra Whey, os idosos compram o leite sênior e pagam caro. O nosso objetivo é eventualmente aproveitar alimentos para transformá-los em suplementos alimentares para juntar com alimento in natura e fornecer à população.”

No evento em que o produto foi apresentado e consumido pelos presentes, foi assinada a lei que institui a Política Municipal de Erradicação da Fome e de Promoção da Função Social dos Alimentos (PMEFSA). Segundo Eloisa, o granulado foi levado ao evento como um “exemplo de boa prática”.

“Eles produzem em pequena escala, fornecem para uma entidade assistencial e o objetivo é que nós possamos ter outras empresas eventualmente esta também, aproveitando alimentos de boa qualidade. Então precisamos tirar a informação de que iremos processar alimentos de validade vencida, não faremos isso. Esta empresa apresentou esse alimento a organismos internacionais, por exemplo a ONU (Organização das Nações Unidas) e a agência da ONU aprovou esse alimento.”

Uma reportagem da Rádio CBN mostrou que a empresa não tinha capacidade de produzir o composto em larga escala.

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A secretária não informou um prazo para o início do uso do produto. Segundo ela, o plano de ação previsto na nova lei prevê um mapeamento da população que necessitaria do suplemento, como pessoas que apresentem quadros de desnutrição.

“Também é importante esclarecer que a Prefeitura de São Paulo jamais deixará de fornecer alimento in natura. Nos locais em que ela já fornece, continuará fornecendo. Identificada uma situação de desnutrição, é que nós podemos realizar o complemento da alimentação de pessoas. Outra coisa é o combate ao desperdício de alimentos”, disse Eloisa. “Nós já temos um banco de alimentos que funciona no bairro da Vila Maria (Zona Norte da capital), onde são angariados diariamente alimentos de boa qualidade e entregues a entidades que lidam com pessoas de baixa renda. Não são alimentos vencidos nem de má qualidade, são só alimentos desconformes com os modelos de mercado.”

Nas redes sociais, o produto foi criticado e chamado de “ração”. Eloisa disse que essa denominação não condiz com a proposta do produto. “O objetivo é que ele seja oferecido não como forma de ração, como estão dizendo de forma absolutamente inverídica, mas que esse alimento seja oferecido para complementar a alimentação de pessoas de baixa renda.”

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O Conselho Regional de Nutricionistas se posicionou, por meio de nota, contra o suplemento. Segundo a entidade, o produto “contraria os princípios do Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA), bem como do guia alimentar para a população brasileira, em total desrespeito aos avanços obtidos nas últimas décadas no campo da segurança alimentar e no que tange as políticas públicas sobre as ações de combate à fome e desnutrição”.

A Prefeitura rebateu a crítica. “Não há perspectiva de haver a distribuição desses alimentos de maneira generalizada. O que o conselho está criticando não existe, está desinformando a população. O principal aqui é o combate ao desperdício alimentar.”

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