São Paulo antecipa campanha de vacinação para gripe H1N1
Crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos e gestantes serão as primeiras a receber a imunização
A campanha de vacinação contra a gripe será antecipada apenas na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo, conforme informou na terça (29) a Secretaria Estadual da Saúde.
A partir do dia 11 de abril, poderão ser vacinados idosos, crianças maiores de 6 meses e menores de 5 anos e gestantes – moradores dessa região e parte da população-alvo. Profissionais de saúde serão imunizados a partir do dia 8. No total, cerca de 3,5 milhões de paulistas receberão as doses de forma antecipada.
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O restante da população-alvo da Grande São Paulo – que inclui ainda doentes crônicos, puérperas, indígenas, detentos e funcionários do sistema prisional – e os moradores dos demais municípios do Estado só poderão tomar a vacina a partir do dia 30 de abril, quando começa a campanha nacional.
Notificações
A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo sabia há pelo menos quatro meses do aumento atípico de casos de gripe H1N1 no Estado, revela informe técnico do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) divulgado na última semana no site do órgão.
De acordo com o documento, embora o pico da doença ocorra durante o inverno, a secretaria passou a notar, a partir de meados de novembro de 2015, um crescimento nas notificações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causada pelo vírus H1N1. “Cabe assinalar que se constatou aumento do número de casos de SRAG a partir da semana epidemiológica 46/2015 relacionados à atividade do vírus influenza A (H1N1), contemplando 15 casos e quatro óbitos”, destaca o informe.
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Os números registrados nos últimos 45 dias do ano representam 45,5% dos casos e 40% das mortes de todo o ano de 2015. A concentração de casos no final do ano é considerada anormal frente aos números dos anos anteriores. O informe não traz os índices semana a semana, mas, de acordo com o gráfico divulgado no documento, a notificação de casos e óbitos pela gripe H1N1 nos verões dos dois anos anteriores é próxima de zero.
Questionada pelo Estado sobre as ações tomadas, a secretaria disse que, por mais que o Centro de Vigilância Epidemiológica tenha observado o crescimento atípico de casos da doença a partir de novembro, o cenário epidemiológico daquele momento “não indicava risco de expansão expressiva do vírus”.
Após o crescimento de notificações notado a partir de novembro de 2015, mostra o informe, os casos de SRAG associados a H1N1 explodiram em janeiro e, desde então, vêm crescendo. Balanço mais recente da secretaria mostra que já são 260 registros da síndrome e 38 mortes apenas nos três primeiros meses deste ano no Estado. Somente na capital, foram oito vítimas. Em todo o ano passado, foram registrados 33 casos de SRAG, com dez mortes.