“Estamos a anos-luz da Venezuela”, diz Rosangela Lyra em encontro com ativista
Militante anti-Dilma, sogra de Kaká organizou palestra com Lilian Tintori, mulher de líder opositor venezuelano preso
A presidente da Associação dos Lojistas dos Jardins, Rosangela Lyra, reuniu nesta quarta (6) no Hotel Renaissance cerca de trinta empresários para a palestra da venezuelana Lilian Tintori. Mulher do líder opositor Leopoldo López, preso em fevereiro de 2014 acusado de incitar a violência em manifestações contra o governo, ela viaja o mundo pedindo ajuda a entidades de direitos humanos e chamando atenção para a situação política do seu país.
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Em cerca de 40 minutos de conversa, Lilian falou sobre o cerceamento à liberdade de imprensa pelo presidente Nicolás Maduro, as más condições da prisão onde vive o marido, contou que também é perseguida pelo governo e que sua viagem está sendo paga por venezuelanos exilados fora do país. “Tivemos apoio em todos os lugares por onde passamos e esperamos solidariedade também da presidente Dilma Rousseff“. Em São Paulo, ela esteve com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e deve viajar amanhã a Brasília.
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A apresentação foi aberta para perguntas e muitos dos presentes – a maioria mulheres, amigas ou conhecidas de Rosangela – se interessaram pela história de Lilian. Tentaram traçar um paralelo entre os dois países. “O Brasil vai virar uma Venezuela?”, questionou uma empresária. “Só conheço a situação política de lá, não posso responder. Não tenho conhecimento”, respondeu a ativista.
No fim do encontro, uma saia-justa: Rosangela pediu que Lilian gravasse um vídeo convocando para uma manifestação em Brasília no dia 27 de maio – é a data de chegada da marcha do Movimento Brasil Livre, que está em uma caminhada de 33 dias de São Paulo até a capital federal, passando por cidades do interior. A convidada se recusou. “Ela não pode. Não é por causa do PT, da Dilma. É por causa do Maduro”, explicou Rosangela.
A mãe de Carol Celico, sogra do jogador Kaká e ex-diretora da Dior no Brasil falou com a VEJA SÃO PAULO.
A senhora esteve nas manifestações da Paulista e é bastante ativa no WhatsApp. Se considera uma militante?
Sou uma cidadã com consciência política. Organizo o Política Viva, um grupo que promove encontros da sociedade com nomes como Álvaro Dias, José Serra (ambos senadores pelo PSDB), Walter Feldman (ex-PSB) e Ricardo Ferraço (PMDB). Já fomos à Uniítalo (universidade privada na Zona Sul de São Paulo) falar com um alunos que dependem do Fies. Queremos atingir principalmente esse público com menos acesso à informação, que têm de sobreviver, por isso têm menos tempo para pensar no mundo político. Classes B, C e D.
Já pensou em se filiar a algum partido?
Não. Quero poder ter isonomia e isenção para falar de política.
Participou do panelaço na terça (5)?
Fui correndo para casa e fiz buzinaço metade do caminho. Quando cheguei, bati as tampas das panelas.
O que acha de amigos que estão se mudando para Miami?
Uma pena, uma tristeza. Você resolve seu problema, mas continua com a consciência egoísta e não pensa no coletivo. Eu poderia pegar minhas coisas e acompanhar minha filha (Carol Celico está se mudando para Orlando com Kaká) e meus netos, ir embora. Mas e o meu país?
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Lilian falou sobre a situação política da Venezuela. Acha que tem algum paralelo com o Brasil?
Graças a Deus, nós estamos a anos-luz da situação da Venezuela. Nós temos a imprensa livre, temos instituições sólidas. Somos um país muito democrático. Mas existe um governo que tem um viés de controle, com vontade de copiar o que existe na Venezuela.