Roberto de Jesus Sant’anna: redescoberta do sexo após transplante
Com 54 anos, atual presidente da Associação Brasileira dos Transplantados de Coração vive com novo órgão desde 2004
“Sou tão hiperativo que, quando coloquei marcapasso, a bateria, que deveria durar uns quatro anos, descarregou em apenas dois. Tive, então, de recorrer ao transplante, que me trouxe de volta a saúde. Passei a fazer atividade física, mas algo moderado, como caminhar. Não dá para jogar basquete. Outra grande mudança foi ter de parar de trabalhar. Eu era técnico de automação predial e não poderia mais continuar no sobe e desce da obra. Ficava aflito, com medo de me tornar inútil para a sociedade. Acabei me envolvendo com a Associação Brasileira dos Transplantados de Coração (ABTC), da qual sou o atual presidente. Algumas semanas atrás, ajudei a organizar uma caminhada no Ibirapuera para ajudar os transplantados a se socializar. Incentivamos as pessoas a se cuidar. Há quem morra por bobeira, por não cuidar da alimentação ou não tomar direito a medicação para evitar a rejeição. Alguns homens suspendem o remédio por causa de seus efeitos colaterais, como a impotência. Eu tive disfunção erétil, então fui ao médico e ele me orientou na reposição de testosterona. Redescobri o sexo, a importância do carinho na relação. Sou casado com uma mulher de 40 anos, e apaixonado. Brincar com meu filho de 8 anos, que veio quando eu ainda tinha marcapasso e é cheio de energia, me mostra como a vida está só começando.”
+ Pacientes transplantados contam como é ficar livre do sofrimento
+ Veja algumas novidades importantes em transplantes