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Ricardo Nunes recebeu repasses de empresa investigada na máfia das creches

Prefeito de São Paulo diz que transferências não são ilícitas; caso foi revelado por jornal

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 out 2021, 16h06
A imagem apresenta Ricardo Nunes, apoiado em uma mesa, no gabinete da prefeitura. Ele olha sério para a câmera
Gabinete: Ricardo Nunes assume a prefeitura  (Alexandre Battibugli/Veja SP)
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O prefeito Ricardo Nunes (MDB) recebeu repasses de uma empresa investigada na chamada máfia das creches. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S.Paulo. A movimentação financeira foi descoberta durante investigação da Polícia Civil, com a quebra de sigilo bancário de pessoas suspeitas de integrar o esquema, que envolve o desvio de verbas públicas na cidade.

Segundo o jornal, os repasses totalizam 31 000 reais, que foram feitos até 2018, quando Nunes era vereador da capital paulista. Em nota, o prefeito não negou os repasses e diz que eles não são ilícitos.

De acordo com policiais civis ouvidos pela Folha, parte da investigação que envolve o prefeito foi enviada para a Justiça Federal. A quebra de sigilo ocorreu junto à Polícia Civil, mas a continuidade da apuração do caso agora cabe a Polícia Federal: somente assim será possível determinar se houve ou não ilegalidade nos repasses.

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Em nota, Nunes afirmou que “as movimentações apontadas a ele e à empresa NIKKEY SERVIÇOS não possuem natureza ilícita, cujas justificativas serão apresentadas às autoridades”. O prefeito afirmou ainda que “jamais participou de qualquer evento fraudulento ao longo de toda a sua atuação profissional”.

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Nunes recebeu, segundo a Folha, cheques da empresa Francisca Jacqueline Oliveira Braz, suspeita de fornecer notas fiscais frias para uma entidade que administra as creches contratadas pela prefeitura. O esquema de notas frias envolve a emissão dos documentos para elevar os gastos das entidades de maneira fictícia e desviar fundos.

A mesma empresa enviou também 20 000 reais para a NIKKEY, que é uma empresa de controle de pragas em nome da mulher do prefeito, Regina, e de uma filha de Nunes.

De acordo com o jornal, a investigação da polícia aponta que a empresa Francisca Jacqueline movimentou mais de 162 milhões de reais com entidades gestoras de creches.

Nunes voltou a falar sobre o assunto nesta quarta (6), afirmando que “todas as ações são absolutamente lícitas. Tanto é que você pode ver pelo valor, 5 000 reais e alguns centavos, que foram serviços prestados. Quando for chamado [para depor], irei apresentar toda a informação necessária, nota fiscal dos serviços prestados”.

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“A gente não tem como saber se você vai prestar um serviço, se você vai receber como serviço, se uma empresa é investigada ou não. Absolutamente impossível. Ainda mais se você pega uma cidade como São Paulo, que tem tantos milhares e milhares de empresas”, finaliza.

 

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