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Quem é Rafa Prado, criador de ‘clube dos milionários’

Empresário de 30 anos transforma networking em moeda e fatura cerca de 10 milhões por ano

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 2 nov 2018, 06h00 - Publicado em 2 nov 2018, 06h00

O anfitrião Rafa Prado, empresário de 30 anos, franze o rosto ao ver a entrada do menu, um ceviche de banana, servido no jantar promovido por ele em sua cobertura nos Jardins. Enquanto dispensa a iguaria, ao seu lado, um de seus convidados de honra, Kevin Harrington, homem de negócios de 62 anos e fortuna estimada em 450 milhões de dólares (famoso pelo reality show Shark Tank, sobre empreendedorismo), devora o prato brasileiro em poucas garfadas. Depois, pedindo o guardanapo, pergunta aos outros na mesa: “Vocês conhecem o limpador de óculos mais eficiente do mundo?”. Tira a engenhoca do bolso e demonstra o acessório de Tom Ziglar, coach respeitado no mercado. O empresário e apresentador Alvaro Garnero, herdeiro do grupo Monteiro Aranha e dono de uma agendinha tão invejável quanto eclética, anima-se e pelo WhatsApp marca um encontro com o dono de uma famosa ótica. Fecha-se ali mais um bom negócio.

Assim funcionam as reuniões mensais da Confraria das Américas, criada em agosto, espécie de “clube dos milionários” liderado por Prado em sociedade com Garnero. São aproximadamente cinquenta empresários que se encontram, sempre no mesmo dúplex, para confraternizar e criar negócios. Não precisa pagar para entrar: o único pré-requisito é faturar pelo menos 10 milhões de reais anualmente.

Garnero: parceiro no novo grupo exclusivo para empresários (Ricardo D'angelo/Veja SP)

Há cinco anos, seria impossível imaginar Prado como anfitrião de ricaços. Filho de um metalúrgico e uma dona de casa, ele vivia com a mãe em uma chácara em Mauá, na Grande São Paulo. “O máximo que meu pai ganhou na vida foi 2 800 reais por mês”, lembra. “Quis vencer esse ecossistema opressor.” Bom aluno, Prado cursou gestão pública na USP e lá fez seu primeiro networking, com o professor Fernando Coelho. “Percebi nele uma desenvoltura brilhante”, diz Coelho, que o incentivou a escrever artigos e dar palestras.

Em meados de 2010, largou o emprego de bancário e comprou parte de um canal na internet. “As pessoas têm vaidade e gostam de ser entrevistadas, foi a melhor forma para conhecer empresários”, afirma. Depois disso, aproximou-se dos empreendedores Carlos Wizard e Ricardo Bellino e os introduziu no mercado do “infoproduto”, ou seja, conteúdo digital (palestras on-line, sites e aplicativos). Bateu seu primeiro milhão de reais aos 24 anos.

O “shark tank” Kevin Harrington (Divulgação/Veja SP)

Em janeiro de 2017, investiu 800 000 reais em um grande evento para 2 000 pessoas, e contratou uma palestra de Kevin Harrington. O negócio cresceu e hoje fatura cerca de 10 milhões de reais por ano graças a palestras, investimentos, cursos e mentoria — espécie de “aula particular” sobre finanças.

Prado não tem nenhuma crise ao dizer que a “compra de relacionamentos” leva ao sucesso. A cobertura de 500 metros quadrados onde vive, por exemplo, foi um dos casos. De modo a se aproximar de uma das principais executivas do sistema financeiro mundial, alugou o imóvel dela em 2016, pagando parcelas anuais de 400 000 reais e mantendo a decoração original, com quadros de Carlos Bracher e Sérgio Ferro e esculturas no estilo blackamoor veneziano. “Precisava de um bom lugar para receber.”

Enfurnado diariamente no trabalho em seu escritório, Prado não engata um namoro sério desde os 20 anos, mas posta seus encontros com modelos. “Ainda não encontrei uma mulher que entenda meu ritmo”, diz. Nessa toada, quer seu primeiro bilhão antes dos 40 anos. “Depois que chegar a esse patamar, sumirei dos círculos sociais, como fez Jorge Paulo Lemann.”

Randi Zuckerberg, irmã do criador do Facebook (Divulgação/Veja SP)

DICAS DE SUCESSO

Como criar relações para “subir na vida”

1. Contratar líderes. Quer se aproximar de uma personalidade e não sabe como? A melhor forma é fazer um evento e contratá-la para uma palestra

2. Ser percebido. Quem não tem dinheiro deve frequentar o maior número possível de eventos para se aproximar das personalidades, até se tornar um rosto familiar

3. Comprar acesso a um grupo de influência. Empresas como a Lide, de João Doria, ou a Confraria das Américas, de Prado, promovem encontros com empresários

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