Promotoria estabelece 45 dias para prefeitura tirar táxis de corredor
Administração afirma que vai discutir proposta em conselhos municipais
A Promotoria de Habitação e Urbanismo determinou nesta terça-feira (17) que a Prefeitura de São Paulo revogue em até 45 dias a portaria que autoriza táxis a trafegar pelos corredores de ônibus da cidade. Se, passado esse prazo, a administração não cumprir a determinação, o Ministério Público Estadual (MPE) entrará com uma ação civil pública contra o município.
A decisão se baseia em um estudo feito a pedido do MPE para calcular o impacto da presença dos táxis nos corredores. De acordo com o levantamento, feito por duas empresas municipais – Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e SPTrans – e por uma consultoria privada, a presença dos táxis dimunui em 25% a velocidade dos ônibus. Dessa forma, em vez de trafegar em uma média de mais de 20 km/h, os ônibus circulam em média a 16 km/h.
“Tudo que invade o corredor, atrapalha o ônibus. Só não sabíamos o quanto atrapalhava”, disse em coletiva de imprensa o secretário municipal de Transportes Jilmar Tatto. Segundo ele, a prefeitura levará o estudo e o pedido do MPE ao Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (criado depois das manifestações de junho) e ao Conselho da Cidade. “Esta é uma polêmica na cidade. Queremos ouvir todos: usuário do ônibus, usuário do táxi, motoristas e usuário do carro.”
Na segunda-feira (16), com a possibilidade da proibição, taxistas fizeram um protesto na região central. O promotor Maurício Ribeiro Lopes garante que a intenção não é acabar com o serviço de táxi da cidade. “Nosso compromisso único e exclusivo está voltado para a população que usa ônibus em São Paulo.” Ainda de acordo com ele, o Ministério Público poderá processar sindicatos caso eles ameacem parar o trânsito da cidade em protesto. “A promotoria está aberta aos sindicatos caso eles apresentem estudos que comprovem que os táxis não prejudicam o transporte coletivo.”