Projeto em Paraisópolis incentiva a leitura entre crianças e jovens
Instituto tenta vencer as barreiras do mundo hiperconectado e estabelecer vínculos afetivos com os livros
Na cidade de São Paulo existem cerca de 6,8 milhões de leitores, de acordo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro entre 2019 e 2020. Deles, apenas 24% estavam na faixa etária entre 5 e 7 anos e somente 37% eram estudantes. Com sede em Paraisópolis, na Zona Sul da capital paulista, a organização da sociedade civil Pró-Saber SP atua para mudar esse cenário, formando crianças e jovens leitores.
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“Nossa metodologia é ancorada na leitura, brincadeira e no protagonismo. Esse pilar faz com que as nossas ações se transformem em um grande ecossistema, onde programas e projetos se retroalimentam“, afirma Fernanda Renner, coordenadora pedagógica do instituto.
Os programas atuam junto a crianças de 4 a 7 anos e 14 a 19 anos no incentivo a leitura. O primeiro alfabetiza os pequenos a partir de uma abordagem com a leitura literária. “É um espaço de ampliação de repertórios, de imaginação, de criatividade e de construção de vínculos de afeto”, diz Renner sobre a metodologia. Já no segundo programa, os adolescentes desenvolvem projetos para levar experiências de leitura para três escolas públicas parceiras localizadas na região, a EMEI Roberto Burle Marx, a EMEI Perimetral e a EMEF Perimetra.
Com as dificuldades de engajar a leitura nos mais jovens em um mundo hiperconectado, os colaboradores tentam estabelecer um vínculo afetivo entre os participantes e os livros, adotando uma rotina diária de leitura com mediações feitas por educadores e contextualização com a cultura e realidade desses jovens.
De acordo com a instituição, o incentivo tem dado frutos e as crianças do projeto possuem uma média de leitura de 100 livros por ano. A taxa ultrapassa a média geral dos paulistanos – já que, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, 59% deles leem em média seis livros por ano.
Agora, a organização busca ampliar as parcerias com escolas em Paraisópolis e transformar sua biblioteca em um pólo de lançamentos e eventos literários. “Fortalecemos o indivíduo e a comunidade resultando em um impacto positivo que se estende para além das escolas, enriquecendo o território como um todo”, aponta a coordenadora pedagógica.