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Professor esfaqueado diz ser cansativo viver tendo que provar que é humano

Juarez Tadeu de Paula Xavier foi atacado no estacionamento de um supermercado em Bauru, no interior de São Paulo

Por Estadão Conteúdo
22 nov 2019, 08h59
Xavier professor racismo
 (Reprodução/TV Unesp/Veja SP)
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Agredido no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, o professor universitário Juarez Tadeu de Paula Xavier afirma passar parte de sua vida tentando mostrar que é digno de respeito. Negro, ele foi xingado de “macaco” e esfaqueado no estacionamento de um supermercado em Bauru, interior de São Paulo. Os ferimentos foram superficiais e o docente teve alta. “É muito cansativo atravessar sua humanidade tendo que provar que é humano. Consumir parte da vida tendo que provar que é gente, digno de respeito”.

Xavier, de 60 anos, voltava de uma consulta médica quando foi atacado por Vitor Munhoz, de 30 anos, com um canivete. “Ele parou e me chamou de ‘macaco’. Fui tirar satisfação.” Os dois, então, iniciaram luta corporal. “Quando ele tentou me acertar, consegui me esquivar. Até que pessoas ao redor me ajudaram a contê-lo. Só percebi que tinha sido esfaqueado quando começou a sangrar muito.”

Um empresário e o segurança do supermercado intervieram e seguraram o agressor. O empresário Felipe Azevedo disse à polícia que Munhoz continuava chamando a vítima de “macaco”, enquanto o agredia. Ele ajudou a conter o agressor e se tornou testemunha do caso.

O professor foi atingido no ombro esquerdo, no braço e nas costas, onde teve de fazer uma sutura. A alta foi no mesmo dia do ataque e ele relata estar bem e medicado. Xavier afirma ainda desconhecer Munhoz.

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Até a tarde desta quinta, a família do agressor não havia contratado um advogado. Um parente, que não quis se identificar, disse à reportagem que ele sofre de transtornos mentais e está em tratamento contra esquizofrenia.

Como a família alegou tratamento psiquiátrico, o delegado fixou fiança de 1 000 reais para que ele pudesse responder em liberdade por injúria e lesão corporal dolosa. A defesa de Xavier quer que ele responda por tentativa de homicídio.

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