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Professor criou ONG para receber refugiados estrangeiros

Marcelo Haydu é neto de imigrante e fundou a Adus — Instituto de Reintegração do Refugiado para estrangeiros conseguirem se adaptar à vida na cidade

Por Júlia Gouveia
Atualizado em 5 dez 2016, 16h07 - Publicado em 19 abr 2013, 18h36

O professor Marcelo Haydu cresceu ouvindo seu pai contar as histórias do avô, o sérvio Stejyphan Haydu. Para escapar de conflitos na ex-Iugoslávia na década de 40, o emigrante se escondeu no porão de um navio com destino ao Brasil, onde enfrentou dificuldades para sobreviver.

O drama vivido pelo antepassado serviu de semente para a criação do Adus — Instituto de Reintegração do Refugiado. Aberta em 2010, a ONG já atendeu cerca de 400 estrangeiros, oriundos principalmente de Angola, Colômbia e República Democráticado Congo. “Gostaria que alguém tivesse feito isso pelo meu avô”, conta Haydu. “Eles encaram situações dramáticase ficam desamparados.”

A organização ajuda por meio de diversas iniciativas, como ensino de português, acompanhamento médico ou apoio na busca de emprego. Um exemplo é o do marfinense Kossi Aviagva, que deixou seu país em 2011 após, segundo ele, ser perseguido pelo governo por se recusar a lutar em uma guerra. Haydu o auxiliou a arrumar um trabalho e hoje ele instala paredes e placas de gesso em Campinas.

Outro é o camaronês Dagobert Agnu, que fugiu de um conflito e agora atua como torneiro mecânico em uma metalúrgica de Ribeirão Pires. Seu plano é trazer para o Brasil a mulher e as duas filhas, que continuam na África.

Cerca de cinquenta voluntários se revezam nas atividades do Adus. Com um modesto orçamento de 700 reais por mês, a organização é mantida por meio de doações (www.adus.org.br). A casa onde está sediada, na Vila Madalena, foi oferecida por outra ONG.

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Professor de sociologia em uma escola estadual, Haydu dedica meio período à instituição, sem receber salário. Quando começou o projeto, há três anos, estava desempregado e tinha uma filha recém-nascida, mas ainda assim levou a ideia adiante. “Minha motivação é vera vida dessas pessoas melhorar”, afirma. “É uma tarefa interminável: resolvemos a situação de alguém e chegam outros cinquenta.”

Nome: Marcelo Haydu

Profissão: professor

Realidade que transformou: criou uma ONG que auxilia refugiados estrangeiros a se adaptarem à vida na metrópole

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