Prisão de Lula termina com oito feridos e cordão de isolamento
Em Curitiba, manifestantes pró e contra o ex-presidente entraram em confronto com a polícia; PM isolou o prédio da PF, em que o petista está preso
A Polícia Militar isolou neste domingo (8) a área da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a primeira noite de prisão. Há um perímetro de 100 metros de distância do portão do prédio da PF. A segurança também foi reforçada no local.
Na noite de sábado (7), manifestantes contrários e favoráveis a Lula se exaltaram na chegada do petista, por volta das 22h30. Houve confronto com os policiais e oito pessoas ficaram feridas. Confusão ocorreu após duas explosões no meio do grupo de simpatizantes ao ex-presidente.
“Houve uma explosão, na verdade, duas explosões, no meio dos manifestantes. Com o efeito das explosões, eles avançaram contra o portão da Polícia Federal e esta, por sua vez, repeliu”, afirmou o tenente-coronel Mário Henrique do Carmo, comandante do 20º Batalhão da Polícia Militar. De acordo com Carmo, os estouros ocorreram no momento que policiais e manifestantes negociavam área de interdição no entorno da PF.
A corporação ainda não identificou a origem as duas explosões no grupo petista, mas descartou envolvimento de manifestantes que apoiavam a Operação Lava Jato, que protestavam no mesmo local.
“Os outros manifestantes estavam a cerca de 60 metros de distância soltando fogos para cima. Isso ficou bem identificado” disse o tenente-coronel. Segundo Carmo, imagens da PM e da imprensa serão analisadas para tentar identificar a causa das explosões.
Após os estouros, os manifestantes correram em direção aos portões da PF, que dispersou o grupo com bombas de efeito moral. A ação desencadeou um conflito entre o simpatizantes do petista e policiais federais e militares. Das oito pessoas feridas, três precisaram ser hospitalizadas. No meio do confronto, um policial militar foi apedrejado na cabeça.
Segundo o tenente-coronel Carmo, a PM reagiu aos ataques com balas de borracha enquanto a PF usou bombas de efeito moral. Os manifestantes, segundo o militar, lançaram pedras contra os policiais.
Apesar do confronto, a PM nega que houve falhas no esquema de segurança no entorno da superintendência da PF. “Nós fizemos desde o início a separação dos dois movimentos [pró e contra Lula]”, explicou Carmo. “No momento em que a aeronave [que trazia Lula] se aproximou para executar o pouso, houve duas explosões e a Polícia Federal reagiu”.
A corporação negou que grupo petista tenha tentado invadir o prédio da PF e disse que nenhum manifestante passou por revista durante os protestos no local. A PM afirmou ainda que irá manter um isolamento no entorno da sede da PF. Um quarteirão à esquerda e outro à direita do prédio serão fechados para garantir o funcionamento do órgão e atendimento à população.
Um grupo de manifestantes passou a noite no local, mas ficou na parte externa do isolamento feito neste domingo pela Polícia Militar. O ex-presidente começa a cumprir a pena de 12 anos e um mês de prisão em sala especial na carceragem da PF.