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Bombeiros encontram décima vítima em prédio que desmoronou

Obra tinha dois pavimentos quando ruiu. Nono corpo foi encontrado pela manhã

Por Redação VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 5 dez 2016, 15h41 - Publicado em 28 ago 2013, 22h33

Quase 52 horas depois do desabamento em São Mateus, na Zona Leste, o Corpo de Bombeiros encontrou e retirou o corpo da décima vítima. Antônio Wellington Teixeira Silva foi localizado por volta das 16 horas desta quinta (29). Pela manhã, outra vítima, o pedreiro Claudemir Viana de Freitas, de 28 anos, foi retirado dos escombros.

De Barra do Conde, no Maranhão, Claudemir era conterrâneo da maioria das vítimas.

Ontem, a Prefeitura de São Paulo afirmou que o projeto inicial do prédio previa apenas um pavimento – a construção tinha dois pisos. Segundo a administração, o projeto apresentado pela arquiteta responsável em abril previa um pavimento com três lojas e foi indeferido em maio. Em 3 de junho, diz o texto, a arquiteta apresentou um pedido de reconsideração da decisão com “outra planta, de dimensões e especificações diferentes”.

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A prefeitura afirma ainda que a Salvatta Engenharia, empresa responsável por averiguar as condições de segurança da obra, não solicitou autorização para fazer qualquer mudança estrutural no local, nem para construção de elevadores ou escadas rolantes.

Na quarta, o Ministério Público estadual de São Paulo disse que vai investigar a administração municipal por suspeita de omissão no caso do desabamento. A prefeitura diz que o bloqueio de obras por falta de documentos não é habilmente realizado pela administração e que a concessão ou não de alvará não garante a segurança de uma obra.

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A administração municipal já havia informado na véspera que a obra estava irregular e que foi multada diversas vezes. A nota desta quarta foi divulgada após operários que trabalhavam no local terem dito que a construção já apresentava problemas na estrutura. “Dava para perceber que o prédio não estava legal. A construção era muito grande e os pilares fracos. Parecia que não ia aguentar o peso da laje”, disse o pintor Gleison Feitosa, um dos resgatados.  

O acidente

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A Polícia Civil abriu inquérito para apurar de quem é a responsabilidade pelo desabamento. Três operários que trabalhavam na obra e sobreviveram já prestaram depoimento. A Salvatta Engenharia informou que custeará o traslado dos corpos para as cidades de origem das vítimas, muitas das quais eram parentes. 

O acidente aconteceu às 8h30 de terça-feira (27), quando havia 35 pessoas na obra. O Corpo de Bombeiros continua no local e busca uma última pessoa que ainda está desaparecida. A maioria dos operários mortos era do Maranhão e dividia um alojamento ao lado do prédio. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) divulgou os nomes dos mortos confirmados até agora:

Orcilan Costa da Silva, 19 anos, era de Mirador (MA). Raimundo Barboza de Souza, 38, e Felipe Pereira Santos, 20 anos, eram de Imperatiz (MA), a segunda maior cidade do Estado depois da capital, São Luís. Marcelo de Sousa Rodrigues, 22 anos, e Leidiano Teixeira Barbosa, 27, vieram de Barra do Corda (MA). Antônio Carlos Carneiro Muniz, 36 anos, era de Grajaú (MA). Raimundo Oliveira da Silva, de 29 anos, era de Iguatins, no Tocantins. A polícia só não sabe ainda a cidade natal de José Ribamar Soares do Nascimento, de 20 anos, a oitava vítima. Na manhã desta quinta-feira (29) foi encontrada a nona vítima fatal, Claudemir Viana de Freitas, cuja cidade natal e idade ainda não foram divulgadas. A Salvatta Engenharia, que contratou os trabalhadores, vai arcar com o custo do traslado dos corpos. 

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Uma das últimas vítimas retiradas do local das obras, Felipe Pereira Santos, de 20 anos, trabalhava no almoxarifado.Os pais reconheceram o corpo do filho durante a operação de resgate por uma tatuagem com um símbolo do Corinthians que ele tinha numa das pernas. “Perdi minha vida”, disse Francisco Feitosa, pai do jovem.  

Entre os resgatados com vida, um deles, Rubens Feitosa, pediu ajuda pelo celular. Os sobreviventes chegaram a ficar três horas soterrados, como foi o caso do pintor Gleison Feitosa, que era primo de Felipe Pereira Santos e saiu sem ferimentos. 

No local, estava sendo construída uma nova loja da rede Magazine Torra Torra. Em nota, a assessoria de imprensa da empresa informou que o prédio não é propriedade da rede e seria ocupado apenas após o término das obras. O edifício que desabou pertence a Mostafa Abdallah Mustafá. De acordo com o advogado de Mustafá, Edmilson Carlos dos Santos, o prédio foi alugado no último dia 25 (domingo) para a rede Torra Torra, que começou a fazer uma obra de melhoria no imóvel.

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Interdições

A Defesa Civil vistoria os edifícios próximos para saber se eles podem ter tido a estrutura comprometida pelo desabamento. Três imóveis continuam interditados. A CET orienta que motoristas evitem a região e interditou a Avenida Mateo Bei nos dois sentidos, na altura da Avenida Maria Cursi.

Os feridos foram levados para os hospitais de São Mateus, Cidade Tiradentes, Tatuapé, Sapobemba e Santo André.

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