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Portador de Esclerose Lateral Amiotrófica assiste a jogo no Itaquerão

De movimentos comprometidos e deitado em uma cama com rodinhas, o empresário João Marcos Andrietta foi recebido pelo técnico Tite 

Por Ana Luiz Cardoso e Pedro Henrique Tavares
Atualizado em 1 jun 2017, 16h37 - Publicado em 15 set 2015, 22h24
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joaoo2 (Cilene Andrietta/Arquivo Pessoal/)
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Durante a rodada do último final de semana no Campeonato Brasileiro, um torcedor do Corinthians chamou a atenção para o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Deitado em uma cama com rodinhas e com movimentos comprometidos, o empresário João Marcos Andrietta, de 55 anos, portador da doença desde 2009, não deixou o problema impedi-lo de ir ao Itaquerão no domingo (13) para assistir à vitória do time de 3 a 0 sobre o Joinville. Emocionou Tite, técnico do Timão, com sua força de vontade.

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No encontro, ele presenteou o treinador com um terço de São Vicente, santo do qual é devoto. Já o esportista retribuiu o gesto e entregou a Andrietta uma pulseira com os protetores de Tite. “Ele foi extremamente atencioso com o João, com um gesto muito humano”, conta Cilene Andrietta, mulher de João Marcos.

Corintiano desde o nascimento, Andrietta costumava acompanhar todos os jogos do time do coração no Pacaembu e em outras localidades. No entanto, quando foi diagnosticado com ELA, ficou impossibilitado de ir ao estádio. Mesmo assim, não desistiu de acompanhar o clube. “O João costuma estabelecer metas para todos os anos. Em 2015, um dos objetivos era visitar a Arena Corinthians”, afirma Cilene.

João Marcos Andrietta - corinthians
João Marcos Andrietta – corinthians ()
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Após um planejamento que chegou a incluir uma visita prévia de Cilene ao estádio na sexta (11), Andrietta foi levado de ambulância de Salto, onde mora, no interior de São Paulo, até um dos camarotes do Itaquerão. Acompanhado dos médicos José Luiz Pedroso e Acary Souza Oliveira, da Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela), e dois enfermeiros, ele foi transportado em uma maca, devido à tetraplegia causada pela doença. Além da equipe médica, o empresário estava acompanhado de Cilene, das duas filhas e dum casal de amigos. Todo o processo para chegar até ali custou 20 000 reais.

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Impedido de falar e se movimentar, Andrietta respira com a ajuda de aparelhos e precisa de cuidados médicos 24 horas por dia. Apesar disso, Cilene revela que ele já escreveu dois livros sobre sua luta contra a doença. “Um terceiro está a caminho”, diz.

Sobre a ELA

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) se mostra uma doença rara neurodegenerativa. É a mesma do físico britânico Stephen Hawking, retratada no filme A Teoria de Tudo (2014). Atinge os neurônios motores, afeta os movimentos do corpo, atrofia os músculos. Quem é diagnosticado pode desenvolver problemas na fala, deglutição e, em fase avançada, na respiração. A doença prevalece entre pessoas em idade adulta e terceira idade. Os casos entre jovens existem, porém são raríssimos. Estima-se que a prevalência seja de três a quatro pessoas, a cada 100 000 no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Esclerose Lateral Amiotrófica (Abrela).

“Ainda não há uma cura para ELA, somente o tratamento multiprofissional”, explica o neurologista José Luiz Pedroso, da Abrela. “O paciente precisa de um acompanhamento de fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e fonoaudiólogos, por exemplo, para evitar as complicações causadas pela doença”, pontua.

Fundada em 1998, a Abrela faz atendimento e doações de materiais como sondas, seringas, fraldas descartáveis e cadeiras de rodas aos portadores. Em 2014, após a campanha mundial “Desafio do balde de gelo” – em que artistas e celebridades banhavam-se com água gelada e divulgavam as reações nas redes sociais -, arrecadou 296 000 reais.  “Foi uma forma de divulgar e informar sobre a doença”, destaca Pedroso.

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