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Moradores usam sapos para enfrentar infestação de mosquitos

Para evitar a frequência de insetos que incomoda outros bairros da zona oeste, coletivo inseriu novas espécies ao ecossistema da Praça Homero Silva

Por Estadão Conteúdo
13 jan 2017, 12h22
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  • Enquanto paulistanos de diversos bairros da Zona Oeste estão em pânico devido às dezenas de pernilongos que incomodam todas as noites desde o início do verão, uma pequena vizinhança na Pompeia olha o movimento com curiosidade. Em vez de desesperados por fumacês, esses moradores se mobilizaram para garantir um controle próprio dos mosquitos, com a ajuda da natureza.

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    O cenário é a Praça Homero Silva – rebatizada há alguns anos como Praça da Nascente, depois que os vizinhos encamparam a revitalização do espaço que reúne oito nascentes do riacho Água Preta. Ali, dois lagos criados para receber tanta água contam desde o fim do ano passado com um ecossistema de animais e plantas aquáticas que estão controlando as larvas de pernilongos e Aedes.

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    “Sapinhos, peixes, insetos, camarões e caranguejos foram inseridos para recriar um micro-habitat em equilíbrio que trouxesse à natureza predadores para os mosquitos”, diz o biólogo Sandro Von Matter, que voluntariamente fez o trabalho de introdução das espécies. Ele chegou à praça a convite da amiga Andrea Pesek, jardineira e ex-moradora da região e uma das ativistas do coletivo Ocupe e Abrace, que em 2013 iniciou o trabalho de recuperação do local.

    “Isso aqui antes era um charco cheio de lixo, mosquitos, moscas e ratos. As nascentes tentavam correr, mas não conseguiam. Então fizemos os lagos. E logo colocamos peixes, para lidar com os mosquitos”, conta Andrea.

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    No princípio, foram colocados peixes “barrigudinhos” (também conhecidos como guppies ou lebistes), mas logo os vizinhos foram trazendo outras espécies, como sapos-cururus, e as larvas dos mosquitos começaram a desaparecer. No final de 2016, porém, os girinos atingiram uma quantidade preocupante e ela notou que o ambiente poderia estar em desequilíbrio. Andrea então pediu a ajuda de Von Matter, pesquisador do Instituto Passarinhar e especialista em restauração de ecossistemas, que já trabalhava com projetos de recuperação da natureza nativa em praças urbanas.

    Praça Homero Silva
    (Facebook/Divulgação)

    “É importante reconstruir os links entre as espécies que são nativas dos ambientes. O que busquei foi recriar o ambiente como se fosse natural”, explica o pesquisador.

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    Assim, caranguejos e camarões, que comem o girino, foram colocados para impedir que a população de sapos explodisse. Os anfíbios são importantes porque pegam o mosquito no ar, mas os girinos também têm um papel interessante ao comer fungos e algas, deixando o ambiente mais estável, por exemplo, para insetos da família Notonectidae – aqueles que andam sobre a água – e também se alimentam das larvas dos mosquitos.

    O trabalho de introdução dessas novas espécies começou a ser feito há dois meses. Von Matter visita o local a cada quinze dias para medir quanto tem de cada animal nos lagos e ver se não há nenhum novo desequilíbrio. Ele ainda faz a contagem de larvas de mosquito. “Hoje posso dizer que o lago não tem mais nenhuma.”

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    Moradores aprovaram a intervenção. “No verão sempre tem algum mosquito, mas nada como isso aí que o pessoal dos outros bairros está reclamando”, diz a farmacêutica Arlene Saboia.

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