USP ganha reforço no policiamento nesta quarta
Medida, que integra plano anunciado no mês passado, passa a valer uma semana após estudante ter sido baleado em frente ao prédio da FFLCH
O novo policiamento comunitário na Universidade de São Paulo (USP) começa nesta quarta-feira (9) com 34 policiais militares. De acordo com o secretário de Segurança Pública Alexandre de Moraes, “rapidamente” o número deve aumentar para 42, assim que eles terminarem o treinamento. A previsão anterior era de que o efetivo na universidade fosse entre 80 e 120 policiais.
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Segundo Moraes, o efetivo será complementado com policiais que ficarão no entorno da universidade e no caminho dos alunos para as estações de metrô mais próximas à USP. “Assim que houver condição suficiente, vamos ampliando. O ideal não é só a parte interna da universidade, mas o trajeto dos alunos.”
O policiamento é adotado uma semana após um aluno ser baleado em uma tentativa de assalto. Segundo o reitor da USP, Marco Antonio Zago, no dia do crime, apesar de o sistema ainda não estar em operação, a ação conjunta dos policiais e a Guarda Universitária se mostrou eficiente. “Nossos guardas acionaram a polícia, que rapidamente prendeu os responsáveis. Se os policiais já estivessem na universidade talvez tivessem evitado essa situação.”
Ainda de acordo com Zago, o policiamento começou a ser discutido no início do ano com a escalada de crimes violentos na Cidade Universitária. Além dos policiais, a Secretaria de Segurança Pública disse ainda que vai instalar uma base fixa na Praça do Relógio – onde uma estudante foi estuprada em junho deste ano. Não há previsão para a instalação da base. A USP também instalará 638 novas câmeras de segurança – hoje são 59. No entanto, o sistema de monitoramento só deve ser concluído no final de 2016.
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“A PM vem para garantir a segurança de alunos, professores e servidores. E não para se colocar em antagonismo à vida acadêmica ou restringir qualquer manifestação ou expressão”, disse o secretário. Ainda segundo Moraes, os policiais terão idade similar a dos estudantes e estão cursando ou já têm ensino superior. “Queremos criar uma identificação com os policiais”.
Zago disse que é “ingênuo” acreditar que somente essa ação acabará com a violência, mas defendeu que a comunidade acadêmica precisa se defender. “Não podemos continuar expostos a essa violência porque nos apegamos a uma questão ultrapassada de que a universidade não pode ser frequentada por nenhum tipo de força policial. É claro que ninguém esqueceu o que aconteceu durante a ditadura militar, mas isso aconteceu há 25 anos e precisamos confiar na democracia instalada no País”.
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Entidades como o DCE (Diretório Central dos Estudantes) e o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) dizem ter receio de que a presença da PM no câmpus possa aumentar a distância da universidade com as comunidades e que haja violência policial contra estudantes e frequentadores. Durante uma reunião da Comissão de Direitos Humanos da instituição no início de agosto, cerca de 50 pessoas se manifestaram contra a proposta de policiamento e vaiaram Moraes, além de chamá-lo de “bandido”.