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Polícia recaptura 79 presos que fugiram de presídio em Bauru

Fuga em massa deixou a cidade em pânico; moradores relataram tiros disparados durante o cerco aos fugitivos

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 24 jan 2017, 16h20 - Publicado em 24 jan 2017, 16h17
Movimentação durante rebelião e fuga de presos do Centro de Progressão Penitenciária " Professor Noé Azevedo " (CPP) em Bauru (SP), nesta terça-feira (24) (Denise Guimarães /Futura Press / Estadão Conteúdo/)
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Até o início da tarde desta terça-feira (24), a polícia havia recapturado 79 presos que fugiram durante uma rebelião no Centro de Progressão Penitenciária (CPP3), em Bauru, no interior de São Paulo.

A unidade estava com quase 1 500 detentos. Mesmo assim, ainda eram feitas buscas por outros fugitivos na área urbana e na zona rural da cidade, onde fica o presídio. Os presos atearam fogo em colchões, pneus e instalações do prédio, atingindo os três pavilhões do conjunto prisional. A Tropa de Choque invadiu o presídio para conter os revoltosos.

Às 13 horas, o tenente coronel Flavio Kazume, comandante da PM, informou que a situação estava sob controle no interior da unidade, que ficou bastante avariada pelo incêndio. Segundo ele, a maioria dos detentos que havia fugido em direção à cidade tinha sido recapturada. As buscas se concentravam na zona rural, com apoio de forças policiais de outras cidades da região. Informações divulgadas pela manhã davam conta de que ao menos 200 presos haviam escapado.

A fuga em massa deixou a cidade em pânico. Alguns detentos roubaram carros para escapar e houve perseguição. De manhã, moradores relataram tiros disparados durante o cerco aos fugitivos, mas a PM informou que não houve feridos com gravidade. As empresas das imediações do CPP fecharam os portões e ao menos 60% das lojas do centro da cidade baixaram as portas. Taxistas abandonaram os pontos, temendo serem rendidos. A unidade do Poupatempo fechou a entrada principal, reaberta horas depois, e a Câmara de Vereadores encerrou o expediente às 11 horas, sob a alegação de falta de segurança.

No início da tarde, os presos continuavam no pátio, enquanto as condições do prédio eram avaliadas. O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Gilson Pimentel, contou que o motim teve início depois que funcionários viram um preso usando um celular e tentaram apreender o aparelho. Os outros detentos começaram a gritar palavras de ordem e o tumulto se espalhou. Segundo ele, ao espalhar o fogo pelas instalações, alguns presos ficaram feridos.

A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que o tumulto teve início durante uma revista aos re-educandos do CPP3. “O incidente aconteceu após um agente de segurança penitenciária ter cumprido o seu dever profissional, ou seja, surpreendeu um preso se comunicando através de celular.” Segundo a SAP, a situação foi controlada e o Grupo de Intervenção Rápida (GIR), formado por agentes penitenciários, conclui com a PM a recontagem dos presos. A pasta não informou quantos presos fugiram e lembrou que, unidades do regime semiaberto, não têm muralhas e são cercadas por alambrados. Segundo a SAP, os recapturados seriam levados para o Centro de Detenção Provisória de Bauru.

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