Polícia prende quadrilha que fraudava bilhete único em São Paulo
Criminosos causaram prejuízo de 600 000 reais à SPTrans
Policiais do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) prenderam nesta terça (2) seis pessoas acusadas de participar de uma quadrilha que fraudava a recarga do bilhete único em São Paulo.
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O crime ocorria da seguinte forma: o passageiro se dirigia a um dos três postos ilegais, montados em dois bares de Itaquera (Zona Leste) e um salão de cabeleireiro em Pirituba (Zona Norte), e os bandidos usavam um software que creditava os valores nos cartões; os montantes, no entanto, não entravam no sistema de recarga da prefeitura.
“Eles instalaram esses equipamentos em locais próximos ao metrô devido ao grande movimento. A quadrilha lucrava 3 000 reais por dia”, diz o delegado Cesar Saad, responsável pelas operações. Em dois meses de atuação, o bando deixou de repassar 600 000 reais aos cofres públicos. Dois notebooks apreendidos serão enviados para a perícia.
Um dos detidos é um homem conhecido como Nelson, apontado como chefe da organização. O próximo passo das investigações é saber como o programa de recarga foi parar nas mãos de criminosos. Outros locais suspeitos deverão ser objeto de blitze policiais nos próximos dias. “Não descartamos a participação de pessoas que trabalham dentro da secretaria”, afirma Saad.
Desde a última segunda (1), a comercialização de viagens nos sistemas semanal e diário do bilhete único só é permitida por meio de cartões cadastrados previamente (com identificação). A medida tem como objetivo coibir fraudes, como o “golpe da janelinha”, quando o passageiro paga menos pela passagem de ônibus e devolve o cartão para o criminoso, que fica esperando do lado de fora do veículo.