Divulgada nesta quinta (14) uma foto mostra Carlos Luciano Lopes, vendedor da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), ao lado de pilhas de notas de dinheiro. A empresa é investigada por fraude na licitação de alimentos da merenda escolar em São Paulo.
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O registro teria sido encontrado no celular de outro investigado e foi divulgado com exclusividade nesta quinta (14) pelo Jornal Hoje, da TV Globo. Segundo a reportagem, a polícia admite que o rapaz estaria contando verba de propinas da ‘máfia da merenda’. A Secretaria de Segurança negou que o registro tenha partido da Polícia Civil e ressaltou que a investigação corre em segredo de Justiça.
Lopes prestou depoimento à Alba Branca em 20 de janeiro, um dia após a operação ter sido deflagrada. O relato do vendedor à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual delatava que o deputado Fernando Capez (PSDB) recebia parte de comissão entregue a um lobista por contratos supostamente superfaturados com prefeituras na venda de sucos e produtos alimentícios.
Entenda o caso
No começo deste ano, uma força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Civil revelou que uma máfia da merenda atuaria no governo estadual. No centro das apurações está a Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar (Coaf), com sede em Bebedouro, a 380 quilômetros da capital.
A tese é que a empresa pagou propina a agentes públicos para superfaturar livremente os contratos para a entrega da merenda a escolas de 22 cidades do estado. As investigações mostraram que, em apenas um contrato de 13 milhões de reais, entre 10% e 20% do valor seria destinado a subornos.
Em depoimento à Polícia Civil, Cássio Izique Chebabi, ex-presidente da entidade, disse que Capez, presidente da Assembleia Legislativa, era o destinatário de parte do dinheiro. Segundo ele, outros cinco dirigentes da cooperativa também disseram à polícia que assessores de Capez eram citados em conversas intermediadas por um lobista. “Estou sendo alvo de uma armadilha”, defende-se Capez, que se antecipou à quebra de sigilo bancário e fiscal ao oferecer seus dados à Procuradoria-Geral de Justiça. “Alguém se apresentava como meu intermediário sem que eu tivesse conhecimento disso.”