Ibope: mais da metade dos paulistanos gostaria de deixar a cidade
Pesquisa aponta que 68% dos moradores já sofreram falta de água e que apenas 10% julgam a capital um lugar "muito seguro" para se viver
Uma pesquisa do Ibope realizada no fim de 2014 e divulgada nesta quinta (22) revela que 57% dos moradores da capital gostariam de deixar a cidade.
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O estudo foi realizado entre os dias 24 de novembro e 8 de dezembro de 2014 com 1.512 pessoas que moram em São Paulo com 16 anos de idade ou mais. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Do total, 68% sofreram — ou alguém da sua família sofreu — problemas no abastecimento de água nos últimos trinta dias. O material também mostra que 42% das pessoas creditam a crise hídrica à “falta de planejamento do governo estadual”. Para outros 29%, o problema se deve à ausência de chuvas. Já 3% creem em anomalias climáticas derivadas do desmatamento da Amazônia.
O estudo, denominado Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem), foi encomendado pela Rede Nossa São Paulo e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Ao todo, foram avaliados 25 temas, como saúde, educação, habitação, trabalho, lazer, sexualidade e consumo.
Ainda sobre a crise hídrica, 82% das pessoas entrevistadas acreditam que “o risco da água acabar é grande”. Um total de 61% dos ouvidos avaliam que a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) “é a principal responsável pelo abastecimento de água”.
Outros resultados revelam que 63% dos entrevistados afirmaram ter serviço de coleta seletiva onde moram, ante 78% no ano anterior. Já 68% disseram usar ônibus como meio de transporte todos os dias na capital paulista — o tempo de espera dos coletivos nos pontos ficou em vinte minutos, cinco a menos do que o levantamento de 2013.
Com relação à segurança, 10% julgam São Paulo um município “muito seguro” ou “seguro” para viver. No caso da saúde, o tempo de espera para consultas na rede pública baixou pouco, de sessenta dias em 2013 para 56 no ano passado. Quando a questão são exames, a queda foi mínima, de 79 para 78 dias. No sistema privado de saúde, o tempo de espera cresceu de uma semana para treze dias, em casos de consultas, e de dezenove para 42 dias para procedimentos mais complexos.
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Instituições que funcionam na cidade também tiveram a sua imagem avaliada. Nesse sentido, 55% dos paulistanos consideram a Câmara Municipal como “ruim” ou “péssima”. Por sua vez, o Corpo de Bombeiros, os Correios e o Metrô lideraram o ranking de maior confiança da população, nessa ordem. A Sabesp, que em 2013 tinha a confiança de 82% dos entrevistados, agora tem de 62%.
A gestão atual da prefeitura, de Fernando Haddad (PT), é avaliada como “ruim” ou “péssima” por 40% dos ouvidos, um ponto porcentual a mais do que no ano anterior. Já 15% a consideram “ótima” ou “boa”, mais do que os 11% do último levantamento.
(Com Estadão Conteúdo)