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Penha terá complexo de transporte com paradas do Metrô e da CPTM

Obra prevê melhor conectividade nas viagens de passageiros, acessos mais rápidos para outras regiões e teve de tirar do lugar um córrego e uma linha de trem

Por Clayton Freitas
27 Maio 2022, 06h00

Um dos projetos mais complexos do Metrô de São Paulo está acontecendo na região da Penha (Zona Leste), que atualmente conta somente com a parada da Linha 3 – Vermelha. Até 2026, o local deve receber outras duas estações, a da Linha 2 – Verde e também a da 11 – Coral da CPTM.

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A justificativa é oferecer uma melhor conectividade nas viagens dos passageiros e acessos mais rápidos e fáceis para outras regiões da cidade. A lógica é a seguinte: com a nova parada da Linha 11 – Coral, que atualmente só tem estações em Itaquera e Tatuapé, será possível a moradores do extremo leste acessar a futura extensão da Linha 2 – Verde e, com isso, chegar à região da Avenida Paulista e à Zona Oeste muito mais rápido do que ocorre atualmente.

Da mesma forma, os passageiros da Linha 3 – Vermelha não precisarão ir até a para fazer baldeação via Linha 1 – Azul até a Estação Paraíso, e somente ali acessar a Linha 2 – Verde para ir a algum ponto da região da Paulista.

O projeto inicial do complexo Penha, em contrato assinado em 2014, era de 290 milhões de reais, porém a obra só saiu do papel em 2020. Corrigidos, os valores ultrapassam os 600 milhões hoje. No total, a previsão de investimentos para a expansão da Linha 2 – Verde, que prevê abrir 8 quilômetros de túneis e oito estações, é de cerca de 9 bilhões de reais.

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Para fazer as obras do complexo Penha está sendo executado um grande projeto de engenharia que inclui o desvio temporário de um córrego e também a mudança de traçado de cerca de 200 metros dos trilhos da Linha 11 – Coral para 30 metros de onde está hoje.

O córrego é o Rincão, afluente do Rio Aricanduva, um dos principais veios de água da cidade. Em uma obra que demorou três meses, foi construído um desvio em forma de talude, de 7 metros de altura por 5 de largura, para que toda a água que passava no trecho original desse uma volta no terreno.

O projeto do complexo Penha prevê que as estações fiquem próximas umas das outras e que também haja acesso ao terminal de ônibus na mesma área. Para isso, foi feita uma manobra que consiste em desviar as águas para um talude
O projeto do complexo Penha prevê que as estações fiquem próximas umas das outras e que também haja acesso ao terminal de ônibus na mesma área. Para isso, foi feita uma manobra que consiste em desviar as águas para um talude (Wanezza Soares/Reprodução)

No local que o córrego ocupava está sendo feito justamente o principal acesso dos trens da Linha 2 – Verde que chegarão à futura estação, só que a cerca de 30 metros de profundidade do nível do solo. Ao mesmo tempo, está sendo construído um canal de concreto. Ele servirá para devolver o curso do córrego ao seu traçado natural quando a estação ficar pronta.

Canal de concreto onde passará o córrego: em cima da Estação Penha
Canal de concreto onde passará o córrego: em cima da Estação Penha (Wanezza Soares/Reprodução)

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Ou seja, quando estiverem saindo dos trens e caminhando rumo a uma das trinta escadas rolantes para deixar a estação, os passageiros nem imaginarão que por cima da cabeça deles estarão passando milhões de litros de água do córrego. “Nunca ocorreu uma obra desse porte. É bastante complexa”, diz Paulo Galli, secretário de Transportes Metropolitanos.

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Quem comanda o projeto é o engenheiro Arlindo José Giampá, de 75 anos, 47 deles prestando serviço ao Metrô. “Não corre o risco de alagar, pode ficar tranquilo”, já se adianta, antes mesmo de ser questionado pelo repórter.

Arlindo José Giampá, 75 anos, 47 no Metrô: chefe da empreitada
Arlindo José Giampá, 75 anos, 47 no Metrô: chefe da empreitada (Wanezza Soares/Reprodução)

No total, a nova Estação Penha da Linha 2 – Verde terá 17 500 metros quadrados, 24% a mais do que os 13 200 da Estação da Luz. Todo esse espaço será necessário para acessar os cinco níveis diferentes, entre acessos, mezaninos e plataformas.

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Já a nova estação da Linha 11 – Coral terá 7 000 metros quadrados e 12 metros de profundidade. Será necessário fazê-la abaixo do solo para facilitar o acesso dos passageiros das duas linhas de metrô. Giampá explica que não será preciso interromper o fluxo da Linha 11 – Coral para que a obra seja concluída. Isso porque um trecho de uma rua que corre em paralelo, a Alvinópolis, mais conhecida na região pelo apelido de Radialzinha, foi interditado. No que antes era asfalto, serão instalados trilhos e dormentes provisórios para que o trem passe até que a estação esteja pronta.

As mudanças no entorno para que a grande obra pudesse ser feita não agradaram a algumas pessoas que trabalham por lá, usuários do terminal de ônibus e moradores. É o caso do taxista Reinaldo Justino da Silva, de 44 anos, coordenador de um ponto que ficava justamente na Rua Alvinópolis, na saída da escada rolante da Linha 3 – Vermelha, que teve de ocupar o outro lado da estação, a cerca de 300 metros do local original.

Taxista Reinaldo ao lado de seu carro
Taxista Reinaldo: ponto foi mudado para muito longe da estação (Wanezza Soares/Reprodução)

“É claro que ninguém vai andar tanto para procurar táxi. Já tivemos prejuízo com a pandemia. Agora, então, piorou ainda mais”, afirma.

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Publicado em VEJA São Paulo de 1 de junho de 2022, edição nº 2791

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