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Os seis diretores que se destacaram no teatro paulistano dos últimos anos

Em comum, eles participam de todas as etapas da montagem de seus espetáculos

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 19h32 - Publicado em 18 set 2009, 20h26
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  • Com alma nordestina

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    Newton Moreno, 40 anos, dramaturgo e diretor

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    O pernambucano Newton Moreno cresceu observando o contraste entre sua cidade natal, Recife, o sertão e a Zona da Mata. Esse vaivém lhe serviu de inspiração para suas histórias. Revelado em 2004 com o drama Agreste – que, neste ano, voltou ao cartaz -, Moreno formou-se em administração e veio para São Paulo em 1990 para trabalhar com hotelaria. O interesse por teatro o levou a matricular-se na faculdade de artes cênicas da Unicamp, estreando como ator na novela O Rei do Gado e na peça Senhorita Else, em 1997. “Escrevo imaginando como será o personagem em ação. Talvez seja vício de ter sido ator”, afirma ele, que criou o primeiro texto, Deus Sabia de Tudo…, em 2001, e acumula dez obras encenadas, entre elas Assombrações do Recife Velho e a recente Memória da Cana, ao lado da Cia. Os Fofos Encenam. A consagração veio com As Centenárias. Estrelada por Marieta Severo e Andréa Beltrão, a comédia já foi vista por 55 .000 pessoas no Rio de Janeiro e em São Paulo. A simplicidade da escrita de Moreno conquistou as estrelas. Para 2010, a atriz Lília Cabral promete encenar seu novo espetáculo, Maria do Caritó.

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    “Lugar de texto é no palco”

    Marilia Toledo, 31 anos, dramaturga

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    A timidez perde espaço quando a paulistana Marilia Toledo fala do que mais gosta: escrever. Foi por causa dessa paixão que ela enveredou pelo jornalismo, trabalhando como repórter em telejornais da Rede Globo. Voltar-se para o teatro não foi nada difícil. Seu pai, Francisco Toledo, diretor do instituto de pesquisa Toledo e Associados, foi ator e redator das novelas da TV Tupi, e sua irmã, Veridiana, é atriz desde os 8 anos. De um papo com amigos em uma mesa de bar saiu o primeiro texto, o infantil Amídalas, ao lado do escritor Rodrigo Castilho, em 2000, e, cinco anos depois, surgiu o primeiro adulto, o musical Mistinguett. “Não escrevo peças para guardar, e sim para montar”, afirma ela, que também é produtora e venceu o Prêmio Shell de melhor texto de 2008 com Amor de Servidão. A nova empreitada é consolidar o seu Miniteatro, inaugurado na Praça Roosevelt. Lá estão em cena o drama De Vita Sua, a tragicomédia Bem-Aventurados os Anjos que Dormem e o infantil A Odisseia de Arlequino, os mais recentes de seus dez trabalhos.

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    Ele adora um desafio

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    Zé Henrique de Paula, 38 anos, diretor

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    Nas últimas três temporadas, o crédito de Zé Henrique de Paula na direção virou sinônimo de qualidade e profissionalismo. Desde que despontou com o drama R&J (2006), esse sorocabano acumula ousadias, como transformar em musical a tragédia de Nelson Rodrigues Senhora dos Afogados e eliminar qualquer diálogo em português do dramático As Troianas – Vozes da Guerra. Ao lado da comédia Cândida e do drama Mojo, essas produções, com orçamentos entre 25?000 e 115?000 reais, foram levantadas pela Firma de Teatro, produtora fundada por Zé Henrique e quatro sócios há dois anos. “Não se pode ser ingênuo de pensar que teatro também não é um negócio”, diz ele. “O espetáculo precisa se manter um bom tempo em cartaz para o público fixar o nome e ter vontade de conhecer o trabalho.” Cenógrafo e ator bissexto, em setembro ele estreia O Livro dos Monstros Guardados, que já desperta interesse por marcar a volta da atriz Sandra Corveloni, premiada no Festival de Cannes pelo filme Linha de Passe, aos palcos.

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    Livre das asas de Antunes Filho

    Eric Lenate, 26 anos, diretor

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    Até fevereiro de 2008, o nome desse guarulhense nada significava na cena da cidade. Com o drama O Céu Cinco Minutos Antes da Tempestade, as atenções se voltaram para o aluno do Centro de Pesquisa Teatral (CPT), de Antunes Filho, que assinava a encenação. Filho de um caminhoneiro e de uma secretária, Lenate sempre foi estimulado para as artes. Aos 5 anos, a mãe o colocou para estudar dança, e o pai, em contrapartida, para lutar judô. Na adolescência, já fazendo teatro amador, assistiu a um programa sobre o consagrado Antunes na televisão. “Decidi na hora que queria ser diretor”, lembra. Fez cinco testes até ser aprovado no CPT e, por lá, ficou três anos em tempo integral, fazendo bicos para se sustentar. Neste ano, o monólogo Natureza Morta e a comédia Celebração comprovaram que o potencial de Lenate não surte efeito só debaixo das asas de Antunes. As relações com o rigoroso mestre foram rompidas em novembro, mas o passado não é renegado. “Antunes continua minha grande referência.”

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    Novas facetas depois dos 30

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    Fernanda D’Umbra, 38 anos, diretora

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    Em dezoito anos de carreira, a paulista Fernanda D’Umbra perdeu a conta do número de peças em que atuou. “Sei lá, são mais de cinquenta”, calcula ela, que ainda produziu mais de trinta para o grupo Cemitério de Automóveis, de seu ex-marido, o dramaturgo Mário Bortolotto. Nos últimos dois anos, porém, a atriz ficou mais na coxia e mostrou a faceta de diretora em cinco peças, como a recente Honey e Análise Comportamental e Crítica da Música Eduardo e Mônica, de 2004, que voltou ao cartaz. “Quase tudo caiu na minha mão por acaso e, ao dirigir, procuro gostar do que vejo e ouço”, diz ela. “Os atores criam seus personagens e eu os guio meio às cegas.” Quem acha que Fernanda se cansou do palco se engana. De carona no sucesso do seriado Mothern, do canal GNT, ela dirigiu e atua em Confissões das Mulheres de 30, ao lado das colegas de TV Juliana Araripe e Camila Raffanti, e já foi vista por 70 000 espectadores.

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    De babá a escritor

    João Fábio Cabral, 35 anos, dramaturgo e diretor

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    As peças Delicadeza, Rosa de Vidro, Flores Brancas e Tanto, as duas últimas sobre a temática homossexual, são exemplos da capacidade do dramaturgo potiguar João Fábio Cabral em abordar conflitos pessoais. Sua chegada a São Paulo, em 1993, já renderia inspiração. Por aqui viu a primeira peça de teatro – até então só conhecia circo e espetáculos de bonecos – e trabalhou como babá. Seis anos depois, como ator, montou um grupo que se apresentava em escolas públicas. Cobrava 3 reais de cada criança. Nos últimos três anos, Cabral teve nove textos encenados – ao todo, são doze desde 2003. Desestimulado de atuar, concentrou sua energia na escrita e, agora, se desafia como diretor nos espetáculos Tanto e Aguardo Notícias da Polônia. “Sempre acreditei que fizeram o melhor que puderam com minha obra, mas agora sei quanto é difícil transportar um texto para o palco.”

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