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Novos rumos e nova dívida: a vida pós-recuperação judicial do Maksoud

Icônico hotel paulistano, fechado desde 2021, vai dar nome a outros empreendimentos país afora

Por Sérgio Quintella Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
1 dez 2023, 06h00
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  • Três anos depois de ingressar com um pedido de recuperação judicial (RJ) para sanar dívidas de 120 milhões de reais (sem contar um passivo tributário quatro vezes maior), a Hidroservice Engenharia Ltda., holding que controlou por quatro décadas o icônico Hotel Maksoud Plaza, recebeu a tão esperada notícia de que o longo e custoso processo estava se encerrando.

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    Em 13 de novembro passado, a Justiça paulista decretou o fim da ação, após o pagamento de todos os credores listados inicialmente, tais como funcionários, fornecedores e prestadores de serviço. Ainda cabem recursos, tanto do Ministério Público quanto das partes envolvidas. De olho em novos negócios, mas sem seu principal objeto, o icônico prédio de 22 andares situado na Rua São Carlos do Pinhal, na Bela Vista, leiloado em 2021 para o pagamento de débitos trabalhistas, o Grupo Maksoud pretende atuar em outras frentes, como em consultorias e licenciamento de marcas.

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    Porém um recente e milionário processo movido contra a Hidroservice, administrada por Henry Maksoud Neto (herdeiro do fundador Henry Maksoud), pode atrapalhar a retomada dos trabalhos. Em maio deste ano, o escritório Barioni e Carvalho Advogados passou a cobrar na Justiça pouco mais de 2 milhões de reais a título de serviços prestados e não pagos. O caso se refere à defesa dos interesses do hotel contra a empresa que arrematou o prédio histórico da Bela Vista.

    Imagem mostra Henry Maksoud sentado e gesticulando
    Henry Maksoud: inventário sem fim (Emidio Luisi/Acervo Dedoc)

    Após a conclusão de um acordo entre as partes, os advogados enviaram um boleto para a Hidroservice, mas o montante nunca foi pago. Em nota, a holding diz que o escritório não participou da negociação, que acabou ocorrendo no âmbito da recuperação judicial. Além disso, a empresa afirma que, caso seja obrigada a pagar a quantia, a dívida deve ser submetida às regras da RJ, com descontos e prazos expressivos. “O plano de recuperação prevê um prazo máximo de pagamento de vinte anos, com três anos de carência, ou seja, a partir de agosto de 2024”, diz a empresa, em nota.

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    Enquanto se defende da nova cobrança e começa a respirar novos ares, Henry Neto planeja entrar de vez em uma nova área, a de licenciamento das marcas Maksoud e Frank Bar. Pessoas que conhecem os negócios da família afirmam que a ideia do neto do fundador é criar uma espécie de franquia, podendo ele atuar ou não na operação de terceiros.

    Quem quiser comprar a marca original, no entanto, não vai conseguir. “Agora é só Maksoud. O Plaza ficará para a história”, diz uma funcionária do grupo.

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    Imagem mostra Henry Neto em pé, olhando para a frente
    Henry Maksoud Neto: gestor desde a morte do avô (Fernando Moraes/Acervo Dedoc)

    Ainda que resolva os processos recentes e passados da empresa e dê novos rumos aos negócios, a família Maksoud está longe de terminar outra briga. Até hoje o inventário de Henry Maksoud, falecido em 2014, aos 85 anos, não foi concluído. Logo depois da morte do patriarca, os irmãos Roberto e Cláudio contestaram o testamento do pai, que dedicou 50% da fortuna para sua segunda esposa, Georgina Célia Maksoud, e para seu neto Henry, filho de Roberto. Com guerras de versões, acusações e uma sucessão de recursos, a briga familiar foi parar no Superior Tribunal de Justiça.

    Publicado em VEJA São Paulo de 1º de dezembro de 2023, edição nº 2870

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