As denominações dos prédios da capital passaram por vários modismos ao longo dos tempos. Até a década de 60, a maioria homenageava antepassados dos construtores, clãs quatrocentões da metrópole ou empresas da família. Nos anos seguintes, reinou o estrangeirismo, com a multiplicação de termos em francês, de perfil mais familiar, ou em inglês, para jovens descolados. Depois, o negócio virou um terreno fértil para as estratégias de marketing das construtoras, que começaram a criar linhas temáticas com pássaros, flores e até estilistas.
Hoje, elas têm apostado no conceito “menos é mais”, escolhendo palavras em português com alusões à rua ou ao bairro onde o empreendimento está localizado. Abaixo, as tendências de cada década:
Até os anos 60 — Prevalecia o nome dos donos do terreno. Exemplo: Edifício Matarazzo, erguido nos anos 30 pelo empresário Francisco Matarazzo Junior e hoje sede da prefeitura.
Anos 70 — Embalado pelo movimento feminista, o setor da construção civil homenageou as mulheres. Exemplo: o Joelma, inaugurado em 1971 e vítima de incêndio três anos depois.
Anos 80 — O sotaque francês impera, na tentativa de tornar os endereços familiares mais pomposos. Exemplo: Maison Montparnasse, em Pinheiros, com traços neoclássicos.
Anos 90 — Predomínio de termos em inglês e linhas temáticas. Exemplo: na Zona Oeste, a construtora Pekelman relembrou grandes estrelas do jazz, como Billie Holiday.
Anos 2000 — Com os condomínios-clube, proliferam nomes ligados ao lazer. Exemplo: o Confort House, da BKO, na Vila Madalena, ficou pronto em 2003 com piscina e academia.
Anos 2010 — Agora, o português dá um ar contemporâneo aos empreendimentos. Exemplo: Praça das Águas e Chácara dos Pássaros estão entre as mais recentes opções da Cyrela.