Corredores protestam contra mudanças na São Silvestre
Em sua 87ª edição, prova passará a terminar no Parque do Ibirapuera
A clássica imagem de corredores da São Silvestre rompendo a fita de chegada na Avenida Paulista passará a ser apenas um retrato na parede. Neste ano, a 87ª edição da prova terá novo término, no Parque do Ibirapuera, decisão que motivou protestos. Para mostrarem descontentamento, atletas amadores e profissionais planejam percorrer o trecho antigo no feriado de Finados, na quarta (2), a partir das 7h. Assim, esperam, darão visibilidade aos argumentos contrários à alteração do trajeto, como o risco de lesões na descida da Avenida Brigadeiro Luís Antônio e também o fato de considerarem a Paulista um cartão-postal mais importante.
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“A Maratona de Paris termina no Arco do Triunfo, a de Berlim, no Portão de Brandemburgo, então por que a paulistana tem de deixar sua principal avenida?”, compara Martha Dallari, vice-presidente da Associação dos Treinadores de Corridas. Já os organizadores do evento alegam que a competição atrapalhava outra grande celebração que ocorre ali, o réveillon. Além disso, afirmam, a via ficou pequena para o número de participantes, que deverá subir de 20.000 para 25.000, criando uma dispersão ainda mais tumultuada. A extensão do percurso continua a mesma: 15 quilômetros.
TRÊS MOTIVOS PARA MANTER O TRAJETO
Torcida
A corrida mais antiga da cidade atrai muita gente pelo glamour da chegada apinhada de curiosos na Avenida Paulista. O desfecho em local diferente da largada reparte a torcida.
Lesões
A descida na Avenida Brigadeiro Luís Antônio no fim da prova é propícia para o aumento de lesões, principalmente nos joelhos e tornozelos. Quem mais sofre são os atletas de primeira viagem, que podem forçar demais o corpo ao dar o último gás na ladeira.
Deslocamento
A distância de quase 4 quilômetros entre a partida e a chegada dificulta a vida dos competidores, que terão de ir de um lugar ao outro para pegar seus pertences, automóveis ou encontrar amigos.