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Moradores e comerciantes do Bom Retiro se unem contra projeto de moradia

Proposta da prefeitura é a de criar espécie de vila com 350 pequenas casas para pessoas em situação de rua

Por Redação VEJA São Paulo Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 27 fev 2023, 16h54 - Publicado em 13 jun 2022, 19h04

Parte dos moradores e comerciantes do bairro do Bom Retiro, na região central da cidade de São Paulo, se uniram contra a proposta da prefeitura de criar uma vila no bairro destinada a pessoas em situação de rua.

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A ideia da administração municipal é a de erguer 350 casas modulares numa área de 16 mil metros quadrados na altura do número 900 na avenida do Estado e assim tirar 1 600 pessoas das ruas. Segundo a prefeitura, a Vila Reencontro foi inspirada em projetos similares já existentes na Europa e Estados Unidos, que têm como objetivo oferecer acesso imediato à moradia para essa população.

Segundo a empresária Kelli Storari, moradora do bairro, um abaixo-assinado já conta com 400 assinaturas. O documento questiona o motivo pelo qual o local não é ocupado por algo mais “valoroso” e importante para o bairro, na visão dos autores, tais como escola/creche, hospital ou posto de saúde. Na carta, é citado ainda que a presença dos novos vizinhos pode gerar mais insegurança para o bairro, além de “tráfico de droga, baderna e conflitos”, segundo eles.

“Para fiscalizar isso vai ser muito difícil. Já sofremos muito com a segurança pública aqui”, afirma a empresária.

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Ela questiona o fato de o projeto não ter sido debatido com os moradores e nem mesmo com os comerciantes. “Ficamos sabendo através de vocês da imprensa. Faltou diálogo”, diz. Ela afirma contar com apoio de integrantes do conselho de segurança da região (Conseg), e de associações comerciais de lojistas instalados no bairro.

O documento deve ser entregue até a próxima sexta-feira (17), data em que ela diz que devem ser reunidas 1 000 assinaturas.

O projeto

Segundo publicação do último dia 2 no Diário Oficial da Cidade, a empresa vencedora da licitação terá que entregar as primeiras unidades no começo de julho próximo.

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Cada casinha terá 18 metros quadrados e contará com quarto, cozinha e banheiro. A prioridade na escolha dos ocupantes será para famílias e idosos. Ela será transitória, e as pessoas em situação de rua poderão permanecer no local pelo período de um ano a um ano e meio. O objetivo é que neste período a pessoa encontre formas para subsidiar uma moradia.

A vila contará com serviços de assistência social, saúde, capacitação profissional e refeição por intermédio da rede Bom Prato.

O número de moradias, mesmo que todas sejam preenchidas, atende apenas a uma pequena parte das mais de 31 884 pessoas vivendo nas ruas da capital, segundo o Censo oficial da administração municipal. Um estudo da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) apontou que são 42 240, número que pode chegar a 60 000, segundo projeções de especialistas que lidam com a questão.

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