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Mesmo com as chuvas, estado de alerta continua no Sistema Cantareira

É uma "falsa esperança", diz a meteorologista Patrícia Madeira, do Climatempo

Por Estadão Conteúdo
31 jul 2018, 12h40
Sistema Cantareira: estiagem, apesar do tempo chuvoso (Luis Moura/Estadão Conteúdo)
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Nem a operação plena da principal obra feita para socorrer o Sistema Cantareira em período de seca tem sido capaz de estancar a queda do nível de armazenamento das represas. Embora a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) esteja bombeando quase o máximo de água possível pela transposição da Bacia do Paraíba do Sul, a estiagem já pôs o maior manancial que abastece a Grande São Paulo em estado de alerta, operando com menos de 40% da capacidade pela primeira vez desde junho de 2016. Apesar de o cenário de seca continuar, a Sabesp descarta risco de racionamento ao menos até o segundo semestre de 2019.

Nos últimos dois meses, a estatal retirou da Represa Jaguari (Paraíba do Sul) uma média de 8,1 m³/s, segundo relatório da Agência Nacional de Águas (ANA), órgão regulador dos recursos hídricos no País – a capacidade máxima de transferência é de 8,5 m³/s. Ainda assim, o nível do Cantareira caiu de 46,2% no dia 1.º de junho para 39,7% da capacidade nesta segunda-feira (30).

O estado de alerta é um dispositivo automático, que passa a vigorar sempre que o limite de 40% da capacidade é atingido, e restringe o volume máximo de captação, que deve cair de 31 m³/s para 27 m³/s. Atualmente, a Sabesp tem retirado 22,2 m³/s.

As chuvas abaixo da média têm ocorrido desde fevereiro, mas a seca se acentuou neste mês, quando choveu, até esta segunda, apenas 1,2 mm – ante uma média de 48,7 mm. Embora tenha começado a chover nesta terça-feira (31) e a previsão aponte para mais precipitações ao longo desta semana, o clima seco deve se manter. É uma “falsa esperança”, segundo a meteorologista Patrícia Madeira, do Climatempo.

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“Agosto não é de chuva que enche reservatório”, afirma ela. “Entre terça e domingo, o volume deve ficar entre 50 mm e 60 mm acumulados, é bastante chuva (para a época). Vai melhorar a situação, mas depois vai cair outra vez. Do dia 10 até o fim de agosto, vai chover muito pouco.” Segundo Patrícia, “de forma geral, (a chuva) tem sido abaixo da média nos últimos cinco anos. A única exceção foi 2017, que foi um bom ano.”

A transposição de água da Represa Jaguari para a Represa de Atibainha, que integra o Cantareira, foi uma das principais obras realizadas pela empresa para evitar uma nova crise hídrica como a que ocorreu entre 2014 e 2015, quando a Sabesp captou água do volume morto (reserva profunda) e implementou racionamento – a outra foi a construção do Sistema São Lourenço. A obra foi inaugurada em março, com dois anos de atraso.

O bombeamento máximo da transposição só começou em junho, quando o Cantareira já estava havia dezesseis meses recebendo menos água dos afluentes que a média histórica. Neste mês, a vazão média é de 7 4 m³/s, próximo do recorde negativo de 6,4 m³/s de julho de 2014 – o índice histórico de julho é de 28 m³/s.

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A Sabesp, por sua vez, argumenta que o volume de água retirado do Cantareira é menor do que o registrado no passado e essa redução economizou 245,8 bilhões de litros das represas. “Em julho de 2018, a média de retirada da Sabesp é de 22,2 m³/s. O máximo autorizado pelos órgãos reguladores é de 31 m³/s”, diz a empresa. É uma média abaixo da nova retirada máxima determinada pela ANA (27 m³/s). “Se a Sabesp não tivesse adotado essa medida, o Cantareira hoje estaria com 15% da capacidade, não com cerca de 40%.”

A empresa destaca que há outras manobras a serem feitas entre os reservatórios para garantir o abastecimento, mas já faz um apelo à população para reduzir o consumo, especialmente nos meses em que a entrada de água no Cantareira está próxima das mínimas históricas. “É essencial que a população mantenha sempre os hábitos de consumo racional de água, evitando o desperdício, especialmente neste período de estiagem.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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