Continua após publicidade

Menor bebê nascido no SUS se adapta à vida em casa

Emanuelly Yasmin nasceu com apenas 335 gramas, no Hospital Vila Santa Catarina, na Zona Sul da capital

Por Pedro Carvalho
12 Maio 2023, 06h00

Após duas tentativas frustradas de ter um bebê, Camila Silva, 26, estava preocupada. No início de novembro, 25ª semana de gravidez, ela soube que precisaria esperar até janeiro para fazer o ultrassom seguinte — era a data mais próxima disponível na UBS Laranjeiras, perto de onde morava, na Zona Sul de São Paulo. Desconfiada, seguiu para uma unidade de alta complexidade do SUS, em Santo Amaro.

+ Alesp aprova reajuste de salário mínimo paulista para R$ 1 550

“Se tivesse aguardado o exame, teria perdido minha filha”, diz. O feto estava sob sério risco, com peso abaixo do esperado, quase sem nutrição placentária e em pré-eclâmpsia, início de uma doença que está entre as principais causas de morte materna na gestação. Encaminhada para o hospital municipal Vila Santa Catarina, Camila deu à luz, em 18 de novembro, o menor bebê nascido com sucesso no sistema público de saúde do país: a pequena Emanuelly Yasmin, de apenas 335 gramas — ou 10% do peso médio de um recém-nascido. Manu, como a mãe gosta de chamá-la, precisou dos cuidados do hospital — gerido por uma parceria com o Albert Einstein — até 14 de abril.

Camila e a filha Emanuelly.
Camila e a filha Emanuelly. (Arquivo pessoal/Reprodução)

No início, os médicos optaram por alimentá-la com leite materno, por meio de uma sonda. A escolha, porém, fez o bebê contrair citomegalovírus, uma doença razoavelmente comum, mas agravada pelo tamanho reduzido do pulmão da paciente. “Fiquei em choque. Ela teve de ficar em isolamento total”, lembra Camila. Superado o susto, a equipe substituiu o alimento natural por uma fórmula industrializada.

Desde a alta, Manu mora na casa da avó materna, no bairro de Pedreira, na Zona Sul — a casa do pai, o sushiman Luiz Fernando, 28, ainda precisa de reparos em uma telha que provoca vazamento. “Foi uma tensão (a mudança). Tudo para mim era novo: dar banho, amamentar…”, conta Camila, que antes fazia compras para usuários de aplicativo em mercados.

Continua após a publicidade
A bebê nasceu no Hospital Municipal Vila Santa Catarina, na Zona Sul da capital.
A bebê nasceu no Hospital Municipal Vila Santa Catarina, na Zona Sul da capital. (Arquivo pessoal/Reprodução)

Mas, com exceção de um catéter de oxigênio e alguns remédios e vitaminas, a pequena exibe perfeita saúde. “Ela se desenvolve como uma criança normal: presta atenção a tudo, dá risada, surpreende a cada dia. A diferença é que, em vez de seis meses de vida, é como se tivesse dois”, diz Camila. “Finalmente pude exercer o papel de mãe. E não tem coisa melhor”, conclui.

+ Grávidas atendidas pelo SUS não escolhem maternidade

+ Da equipe médica à localização, o que levar em conta na hora de escolher uma maternidade

+ Como montar um quarto infantil

Continua após a publicidade

 

Publicado em VEJA São Paulo de 17 de maio de 2023, edição nº 2841

Compartilhe essa matéria via:
Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Domine o fato. Confie na fonte.
10 grandes marcas em uma única assinatura digital
Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de R$ 39,90/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.