Megaempreendimento privado criará parque público de 8 000 metros quadrados
Área verde terá investimento de 20 milhões de reais e abrirá em 2025 no Brooklin; ela é vizinha de um complexo que já abriu bosque em meio aos prédios
Um megaempreendimento privado em construção no Brooklin, na Zona Sul, reservou 8 000 metros quadrados do terreno para criar um parque público. A área, equivalente a um campo de futebol, custará 20 milhões de reais e terá árvores e espaços de lazer e cultura. Previsto para ser entregue em 2025, o projeto é de autoria do arquiteto e designer israelense Dror Benshetrit, que empresta o nome ao empreendimento, o Eden Park by Dror.
A criação de áreas verdes públicas em empreendimentos que superam 40 000 metros quadrados está prevista em lei, no atual Plano Diretor Estratégico. No caso do projeto, que ocupa cerca de 42 000 metros quadrados de uma antiga fábrica de sorvetes (a Kibon), a obrigatoriedade da Cyrela era de disponibilizar 6 300 metros quadrados — a gentileza urbana da construtora foi adicionar 1 700 metros ao cálculo. “Esperamos que o parque se consolide como um respiro verde e um cartão-postal na cidade”, afirma Alexandre Dentes, gerente-geral de negócios e incorporação da empresa, que toca a obra em parceria com as marcas Hines e Lavvi.
Separado por apenas um muro, o terreno vizinho abriga um empreendimento batizado de O Parque, da Gamaro Incorporadora. Também formado por torres residenciais, corporativas e de apartamentos com serviços, o projeto criou uma grande praça de convivência com vegetação nativa, em uma área verde total de 10 000 quadrados, aberta desde julho. O destaque são as oitenta espécies da Mata Atlântica — só de araucárias são quarenta exemplares (sim, elas existiram um dia em São Paulo…), que nos próximos anos formarão uma pequena floresta. O projeto é assinado pela arquiteta e paisagista Alessandra Cardim e seu marido, o botânico Ricardo, famoso pelas miniflorestas nativas feitas na cidade. Apesar de permitir a visitação pública, a entrada e a saída das pessoas serão controladas por monitoramento eletrônico e seguranças.
O espaço é mesmo um oásis verde entre os gigantes de concreto e aço. Um dos charmes é o pequeno riacho com pedras que forma minicachoeiras e deságua em um lago com peixes. “Restauramos a paisagem que desapareceu com a degradação ambiental e a urbanização desenfreada”, diz Ricardo. “É um vislumbre de como podem ser as cidades no futuro”, conclui.
Publicado em VEJA São Paulo de 1º de setembro de 2023, edição nº 2857