Continua após publicidade

Empresário comanda Kinoshita, Clos de Tapas e Mercearia do Francês

Conheça Marcelo Fernandes, restaurateur com cinco endereços gastronômicos na cidade

Por Arnaldo Lorençato
Atualizado em 1 jun 2017, 18h36 - Publicado em 12 fev 2011, 10h19
Raúl Jiménez - Ligia Karazawa - Clos de Tapas - 2204
Raúl Jiménez - Ligia Karazawa - Clos de Tapas - 2204 (Gladstone Campos/)
Continua após publicidade

Desde o momento em que tomou gosto pelo universo dos restaurantes, o empresário Marcelo Fernandes não parou mais. Seu mais novo empreendimento atende pelo nome de Clos de Tapas e é o quinto endereço do pequeno grupo gastronômico montado por ele. A casa espanhola de cozinha moderna, inaugurada em 8 de janeiro, foi precedida pela Mercearia do Francês, rede com três unidades distribuídas por Higienópolis, Moema e Perdizes, e pelo premiado Kinoshita, na Vila Nova Conceição. Seus estabelecimentos empregam 130 funcionários e, segundo ele, faturam 800.000 reais por mês.

Cheio de planos, o empresário está desenvolvendo o projeto de um izakaya, pub japonês para beber e petiscar em versão mais sofisticada, cuja inauguração deve ocorrer ainda neste ano. Também promete um italiano conectado ao Novo Mundo. Mas, afinal, o que seria isso? “Uma casa de raiz italiana com ingredientes brasileiros em suas receitas”, explica Fernandes.

Antes de vestir o personagem do restaurateur, esse paulistano de 44 anos pensava em seguir os passos do pai, dono de um escritório de contabilidade, no qual se viu obrigado a trabalhar ao ser reprovado na antiga 6ª série do 1º grau. Do emprego paterno, migrou para uma agência bancária. “Mas minha alma era de empreendedor”, diz.

A primeira guinada na carreira aconteceu ao ser convidado por um cliente para se associar a uma empresa de produtos de higiene e limpeza, da qual continua sendo um dos donos até hoje. No papel de patrão, juntou um pé-de-meia e decidiu abrir um restaurante, embora não tivesse nenhuma experiência no ramo. Procurou então um colega da época de colégio, no Ipiranga, com quem perdera o contato. O amigo, conhecido na escola pelo primeiro nome, Milad, tornara-se o renomado chef Alex Atala. Fernandes pretendia abrir uma filial do minúsculo e charmoso Namesa, que pertencia ao cozinheiro. “O D.O.M. estava em obras e não tínhamos dinheiro para terminá-lo”, conta Atala. “Convidei o Marcelo para entrar na sociedade e ele não hesitou em fazer um cheque de 125.000 reais.”

Continua após a publicidade

Nos primeiros tempos, Atala recorda-se de Fernandes assustar-se com o preço das matérias-primas. E de tremer diante de desperdícios. Foi ele quem sugeriu ao chef criar um prato usando as aparas de foie gras, que deu origem a uma salada ao vinho do Porto. “O Marcelo é um ótimo administrador. Se não fosse o empenho dele no início, teríamos falido”, afirma Atala. Um terceiro sócio do restaurante decidiu sair e abriu vaga para a entrada de Lucas Souza. Gourmet de trânsito internacional, Souza descortinou o circuito da culinária de vanguarda para a dupla, em especial os experimentos de Ferran Adrià. “Devemos nosso aprimoramento ao Lucas”, reconhece Fernandes.

Formado em administração de empresas, ele não tomava conta apenas do livro-caixa. Encarregava-se também do atendimento. Foi assim que conheceu Marco Ceresa, milionário italiano e ex-fornecedor de peças para a montadora Fiat. Em 2005, um ano antes de o D.O.M. entrar para o ranking dos cinquenta melhores restaurantes do mundo da revista inglesa “Restaurant”, Fernandes e Souza venderam a Ceresa sua parte na sociedade. “Precisava me capitalizar por causa de um incêndio na minha empresa de produtos de limpeza”, diz.

Logo depois, abriu a Mercearia do Francês associado a Steven Kerlo. Embora não vá além do razoável no menu e no atendimento, o restaurante deu tão certo que chegou ao terceiro endereço em outubro. Em 2007, soube que o antigo e simplíssimo Kinoshita, na Liberdade, tinha os dias contados. De imediato, propôs sociedade a Tsuyoshi Murakami, chef da casa. Assim, o Kinoshita surgiu em versão refinada na Vila Nova Conceição, bairro onde Fernandes mora em um belo apartamento com vista para o Parque do Ibirapuera.

Continua após a publicidade
Murakami - Kinoshita - 2207
Murakami – Kinoshita – 2207 ()

O caríssimo endereço japonês, erguido ao custo de 1,5 milhão de reais nos cálculos de Fernandes, celebra três anos na sexta (18). Esse tempo foi suficiente para conquistar, em 2008, o título de chef do ano para Murakami na edição especial “Comer & Beber” de VEJA SÃO PAULO e, no ano passado, o de melhor em sua categoria.

Para montar o Clos de Tapas, que está bombando, começou um namoro comercial com a paulistana Ligia d’Andretta Karazawa e o marido dela, o espanhol Raúl Jiménez García. Numa visita ao restaurante Mugaritz, em San Sebastián, onde o casal trabalhava, Fernandes disse que gostaria de contratar os dois, caso eles decidissem viver no Brasil. No ano passado, aceitaram o convite. O restaurante foi instalado na mesma Vila Nova Conceição, quase vizinho ao Kinoshita, numa casa paroquial remodelada ao custo de 1,6 milhão de reais. “Agora, só consigo pensar nos próximos projetos.”

Publicidade

Essa é uma matéria fechada para assinantes.
Se você já é assinante clique aqui para ter acesso a esse e outros conteúdos de jornalismo de qualidade.

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

Impressa + Digital no App
Impressa + Digital
Impressa + Digital no App

Informação de qualidade e confiável, a apenas um clique.

Assinando Veja você recebe semanalmente Veja SP* e tem acesso ilimitado ao site e às edições digitais nos aplicativos de Veja, Veja SP, Veja Rio, Veja Saúde, Claudia, Superinteressante, Quatro Rodas, Você SA e Você RH.
*Para assinantes da cidade de São Paulo

a partir de 39,96/mês

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.