Maior complexo de arte e cultura projetado por Ruy Ohtake abre as portas
Localizado em Barueri, projeto tem cerca de 23 000 metros quadrados; "joia da coroa" é teatro para 953 pessoas totalmente equipado
O mais novo ícone arquitetônico assinado por Ruy Ohtake, a Praça das Artes Antônio Augusto Moraes Liberato (homenagem ao apresentador Gugu), em Barueri, na Grande São Paulo, é também o maior complexo cultural e artístico produzido pelo arquiteto e designer morto em novembro de 2021, aos 83 anos. Com 23 000 metros quadrados, sendo 18 300 apenas para atividades artísticas e culturais, além dos mais de 4 000 metros quadrados para estacionamento e praça externa, o projeto era acompanhado de perto por Ruy. Quem vai representá-lo na inauguração do espaço, marcada para sábado (22), é o filho, o arquiteto e urbanista Rodrigo Ohtake, de 37 anos. “Poder inaugurar uma obra a que ele tanto se dedicou e continuar com esse mesmo cunho é motivo de muito orgulho. Representa também todo o trabalho que ele fez ao longo dos sessenta anos em mais de 360 obras construídas”, diz. Essa será a segunda obra que ele vai inaugurar após a morte do pai. A primeira foi o Aquário do Pantanal, em Campo Grande (MS), em março.
O colosso do título não é nenhum exagero. Apenas em área construída para atividades artísticas e culturais, o complexo, que fica a cerca de 15 quilômetros do Centro da capital, equivale a quatro vezes o tamanho do Instituto Cultural Tomie Ohtake, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, com seus 4 400 metros quadrados. A joia da coroa é o teatro para 953 espectadores, totalmente equipado. O fosso de orquestra, onde os músicos acompanham óperas e balés, comporta oitenta profissionais. O complexo conta ainda com 32 salas para atividades formativas e expositivas diversas (teatro, dança, música, artes visuais e plásticas), além de auditório, seis salas de reunião e palestras, restaurante e cafeterias distribuídos em cinco pisos e um mezanino. “É uma obra muito significativa e extremamente completa”, afirma Rodrigo. Logo na entrada, acima do vão do átrio central, uma enorme obra com cores vibrantes chama atenção. Nesse mesmo nível, no térreo, estão algumas salas de oficinas, exposições e restaurante, além de cafeteria. Abaixo dele, no 1º nível, encontram-se as salas para realização de palestras, outras de oficinas e exposições, midiateca e sala multiúso. Abaixo, no 2º nível, ficam as salas de música, de baby ballet, ensaio, palco infantil e oficinas para crianças. Os outros dois pavimentos interiores são dedicados a estacionamento, com cerca de 400 vagas, áreas técnicas, refeitório, vestiários e circulação de serviços.
O custo da obra que demorou quatro anos para ser erguida foi de 110 milhões de reais, cobertos pelos cofres públicos. “A gente pensou em alguém que tivesse o olhar contemporâneo, e também um prédio que fosse visto e tivesse a característica de uma obra de arte”, explica Jean Gaspar, secretário de Cultura e Turismo de Barueri. Nos diferentes cursos a ser criados devem ser atendidos cerca de 10 000 alunos por ano. A previsão é que as atividades expositivas e culturais reúnam anualmente cerca de 300 000 pessoas, muitas delas vindas das cidades vizinhas. A aposta do secretário é que a localização do espaço ajude, por ficar às margens da Rodovia Castelo Branco e a dez minutos a pé da Estação Barueri da Linha 8 – Diamante da CPTM. Para poder bancar todo o custo de manutenção, será feita uma gestão mista, com participação do setor privado e concessão do teatro, estacionamento e restaurante à iniciativa privada. “A parte social,
que são as aulas e os cursos, será mantida pela prefeitura”, afirma Jean.
Abertura
A Praça das Artes será aberta no sábado (22). O maestro João Carlos Martins e sua orquestra são os primeiros a subir ao palco. O fim de semana terá ainda sessões de Barnum: o Rei do Show, uma versão brasileira do famoso musical da Broadway. As cantoras Zizi e Luiza Possi fazem show no dia 28. Todas as atividades são grátis.