Lojistas da 25 de Março comemoram Natal “razoável”
Para não ficar no prejuízo, comerciantes promoveram descontos agressivos e fizeram promoções ao longo de dezembro
Os lojistas da 25 de Março aguardaram ansiosos pelas vendas do final do ano. Antes da crise, 700 000 pessoas passavam por dia pelo local — esse número subia para 1 milhão em vésperas de feriado. Em junho, a média baixou para 500 000 por dia. Considerando esse cenário, muitos comerciantes temiam pelo pior. Nas primeiras parciais da contabilidade de dezembro, no entanto, vários deles se mostram aliviados com o resultado, classificado por eles entre “bom” e “razoável”.
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Uma das “âncoras” dessa região do comércio popular, a Armarinhos Fernando registrou um crescimento de 5,8% no movimento de dezembro em comparação ao mesmo período do ano passado. Isso não teria sido possível sem as muitas promoções realizadas para incentivar as compras. “Geralmente, baixamos os preços apenas após o Natal. Mas, desta vez, conversamos com nossos fornecedores e melhoramos os valores durante todo o mês de dezembro”, conta o gerente de vendas Ondamar Ferreira. Produtos como carrinhos de controle remoto, que antes eram vendidos por 99 reais, saíram por preços entre 69 e 79 reais. Diversos tipos de bonecas engrossaram a liquidação antecipada, com valores passando de 49,90 reais para 29,90. “Muitos saíram dos shoppings para buscar brinquedo popular aqui”, afirma Ferreira.
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Outra loja tradicional no pedaço, a Minas Presente também obteve crescimento no período. No caso, ele foi estimado em 6,5% na comparação às vendas de dezembro de 2014. “Podemos dizer que foi um Natal razoável”, diz a supervisora da loja, Luzia do Carmo. Os itens que saíram bem alavancando o índice positivo foram os relacionados a times de futebol e objetos religiosos. Já esculturas e bichinhos de pelúcia sobraram nas prateleiras.
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Nem todos os endereços da 25 terminaram 2015 no azul. A loja Bendita Seja, que trabalha principalmente com bijuterias, amargou uma queda de 20% nas vendas em comparação ao final de 2014. Apesar da variação negativa, a direção da empresa encontra um motivo para consolo. O movimento de dezembro de 2015 ao menos interrompeu as baixas sucessivas das vendas do ano. O Natal incrementou em 12% o faturamento em relação aos meses anteriores. “É claro que em dezembro a gente espera vender o dobro, mas não ficamos abaixo de setembro, outubro e novembro”, afirma a gerente Vanessa Silva, que também abriu mão de contratar três funcionários temporários, recurso habitual nos finais de ano. O estabelecimento deu descontos aos clientes de 50 a 70% em itens como brincos e colares. Para os atacadistas, a loja ampliou o prazo de pagamento de trinta para até 120 dias. “Foi um Natal bom, não temos do que reclamar. Poderia ter sido pior”, conclui Silva.