Livro sugere passeios a pé para fazer com crianças
Volume dá dicas de como apresentar uma São Paulo diferente à garotada
Além de exercício físico, caminhar também pode ser lazer e cultura. É o que propõem os pesquisadores Monica e Roney Cytrynowicz, que acabam de lançar Dez Roteiros a Pé com Crianças pela História de São Paulo (Narrativa Um, 144 páginas, R$ 25,00). O livro apresenta indicações de passeios recheadas de curiosidades. “Queremos instigar o leitor a viajar dentro de São Paulo”, diz Roney. Confira seus cinco trajetos mais interessantes, práticos e divertidos, com informações intrigantes para entreter a garotada. E não se esqueça de calçar sapatos confortáveis.
Museu do Ipiranga
Gigante de granito e bronze
Escolha um fim de semana ensolarado para visitar o Museu Paulista, nome oficial do Museu do Ipiranga, e seus belos jardins de inspiração francesa. Depois de conferir o gigantesco quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, leve a criançada para a parte de baixo do parque. Ali fica o Monumento à Independência, do artista italiano Ettore Ximenez. Na base da obra, ainda mais grandiosa – são 25 metros de altura e 160 metros quadrados construídos em granito e bronze –, a cena pintada por Pedro Américo ganhou uma representação em relevo. Não deixe de lembrar um detalhe que a meninada adora saber: desde 1972, os restos mortais de dom Pedro I estão enterrados lá, junto de uma réplica da coroa imperial.
Butantan
Direto da Cochinchina
A história do Instituto Butantan, responsável por 80% das vacinas produzidas no Brasil, está ligada à Cochinchina – sim, ela existiu, era uma região da antiga Indochina (hoje Vietnã). Para impedir a morte dos nativos por picada de naja, o cientista francês Albert Calmette descobriu um soro. Esse material chegou às mãos do médico Vital Brazil, que desenvolveu antídotos para veneno de serpentes brasileiras. Também passou a produzir o soro contra a peste bubônica. Grande parte de suas experiências foi realizada na Fazenda Butantan. Funcionam hoje lá três museus, incluindo o Biológico, onde estão as cobras.
Ibirapuera
Caçada aos monumentos do parque
Perto de 1,1 milhão de pessoas entram no Parque do Ibirapuera a cada mês. Mas nem todos os freqüentadores reparam na diversidade de monumentos espalhados pela área. Para observar o parque de uma forma diferente, os autores criaram uma espécie de caça ao tesouro: listaram catorze marcos históricos no livro. Vá ao Jardim das Esculturas, ao lado do MAM, e procure Diana, a Caçadora, granito de Lélio Coluccini.
Há também um busto de bronze do líder seringalista Chico Mendes, feito por Heloisa Quintanilha Ribeiro, ao lado do Planetário.
Transportes
Uma volta de metrô, trem e bonde
Deixe o carro na garagem. Na maior estação de metrô da cidade, a Sé, pegue o trem e desembarque na Luz. Cruze a passarela subterrânea para entrar na histórica Estação da Luz, inaugurada no início do século XX. Por seus trilhos, o café, então o principal produto de exportação brasileiro, era transportado do interior do estado até Santos. Depois, siga de metrô para a Estação Armênia, próxima ao Museu dos Transportes. O lugar abriga alguns veículos antigos, entre os quais um bonde de 1872, na época puxado por burros. Uma passada no Memorial do Imigrante, perto das estações Bresser-Mooca e Brás, completa o dia – há outro bonde ali(foto), esse elétrico, de 1912.
Pátio do colégio
Vestígios do século XVI
Exatamente aqui, em 1554, os jesuítas fundaram a São Paulo de Piratininga. Hoje, quem vai ao Pátio do Colégio não vê o prédio original, mas uma construção de 1979. Proponha uma brincadeira de Indiana Jones em busca de pistas arqueológicas. Ao lado do agradável café, há uma parede de taipa de pilão. Todos acharam? Hora de seguir para a cripta, no subsolo do Museu Anchieta, onde estão objetos sacros, aquarelas e imagens antigas.