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Hopi Hari fecha as portas por tempo indeterminado

Notícia foi anunciada pelo dono do parque, que atribui a decisão de adiantar o fechamento a "uma onda de ataques raivosos e desproporcionais"

Por Estadão Conteúdo
12 Maio 2017, 19h40
Hopi Hari
Hopi Hari (André Penner/)
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Com o caixa vazio, o parque de diversões Hopi Hari anunciou nesta quinta (11), que vai fechar as portas para o público por tempo indeterminado. Em nota divulgada nas redes sociais, o dono do parque, José Luiz Abdalla, destaca que o paralisação é temporária, “uma pausa para respirar, tomar fôlego e voltar à luta com mais força”. Ele, contudo, não menciona prazo para reabertura.

Com dívidas de R$ 700 milhões, sem seguro, devendo salários para seus mais de 300 funcionários e desde abril com a luz cortada pela distribuidora CPFL, o parque tentava junto a investidores um empréstimo de 100 000 para renovar o aluguel dos geradores que vence amanhã, e mantinha uma parte das atrações em funcionar.

Em nota, o empresário relaciona a decisão de adiantar o fechamento a “uma onda de ataques raivosos e desproporcionais” da imprensa. Segundo ele, “as reportagens afetaram fortemente as negociações com investidores”.

Na terça-feira, o jornal O Estado de S. Paulo publicou reportagem relatando as dificuldades financeiras e a fuga de visitantes do parque. O Hopi Hari chegou a receber 24 mil pessoas em um único dia, no segundo semestre de 2011, e no fim de semana passado recebeu 450 visitantes no total, o que rendeu uma receita total de R$ 30 mil.

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Reunião

Na quinta-feira, os funcionários foram surpreendidos com o pedido de uma reunião geral, convocada pela direção. Muitos entraram no auditório principal do parque por volta das 12h30 já sabendo do anúncio da paralisação.

A notícia foi recebida com desdém por parte dos colaboradores, que não recebe salário desde 5 de fevereiro. Poucos acreditam no retorno da operação sob a atual gestão. José Luiz Abdalla tornou-se controlador do Hopi Hari em dezembro do ano passado e, em janeiro, assumiu o compromisso de arcar com os custos operacionais do parque, que chegam a R$ 1,5 milhão por mês. Ele pagou os salários relativos a janeiro contando com a injeção de recursos de um parceiro que nunca foi apresentado.

“Tenho duas negociações em andamento. Precisamos de R$ 5 milhões para tocar o parque até o fim do ano”, afirmou José Luiz Abdalla no final de abril. “Sem dinheiro, vou precisar fechar o parque e demitir os funcionários”, disse.

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Justiça

Além dos funcionários e dos credores, Abdalla também vinha enfrentando pressões da Justiça para apresentar um plano considerado consistente de recuperação judicial. A primeira versão do documento, protocolado no primeiro trimestre, não foi bem recebido pelo administrador designado pelo juiz Fábio Marcelo Holanda, da 1ª Vara Cível da Comarca de Vinhedo, para acompanhar o processo. “É um plano que não para de pé. Os laudos são antigos. Nem mesmo o balanço financeiro da empresa é atual”, confidenciou uma fonte.

Sem contar com um advogado especializado para encaminhar o processo (Julio Mandel retirou-se por falta de pagamento), o juiz Fábio Holanda intimou o parque do interior paulista a convocar uma assembleia de credores para acontecer até o fim deste mês. Se for de interesse da maioria, pode ser solicitada a falência do empreendimento, uma alternativa defendida pelo representante do Ministério Público em Vinhedo. “A falência, porém, vai depender do que quer o BNDES, que tem R$ 250 milhões investidos no parque. O banco vai ser o fiel da balança, mas ele não deve participar dessa primeira assembleia”, diz outra fonte.

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