Ator Guilherme Karan morre aos 58 anos
Ele enfrentava uma doença degenerativa há alguns anos
O ator Guilherme Karan morreu na manhã desta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro. Ele tinha 58 anos. Há cerca de dois anos, estava internado no Hospital Naval Marcílio Dias, em tratamento contra um problema degenerativo de origem genética, chamado Doença de Machado-Joseph, que comprometeu seus movimentos e fala.
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De acordo com o jornal Extra, ele herdou a doença da mãe, que passou para os filhos. Ela, Karan e dois de seus irmãos faleceram por esse motivo.
O carioca ficou famoso por papeis em programas como TV Pirata. Seu último trabalho na TV foi na novela global América (2005), de Glória Perez, com quem trabalhou algumas vezes. Participou ainda de filmes a exemplo de Super Xuxa Contra Baixo Astral, de 1988.
Carreira
Karan foi um dos principais expoentes do chamado teatro besteirol, que estourou na cena carioca no início dos anos 80. Estudante de arquitetura, largou a faculdade para ser artista em 1978 ao ser convidado para participar da peça Lola Moreno, ao lado de Ney Latorraca e Lucélia Santos.
Em 1984, o sucesso chegou com o espetáculo Miguel Falabella e Guilherme Karan, Finalmente Juntos e Finalmente ao Vivo, em que a dupla protagonizava uma série de esquetes que satirizava clássicos do cinema. No mesmo ano, é chamado pela Rede Globo para um papel que chamou a atenção na novela Partido Alto, de Glória Perez e Aguinaldo Silva. Ganhou popularidade como Políbio, um guru espertalhão que atendia Gilda (personagem de Susana Vieira).
Ao lado de Falabella, também protagonizou mais um sucesso de bilheteria que investia no formato de pequenas e escrachadas histórias. A peça Sereias da Zona Sul reunia três textos que testavam a versatilidade dos atores em tipos politicamente incorretos, como duas mulheres da alta sociedade que morrem asfixiadas em uma sauna.
A consagração do artista, no entanto, se deu em um programa que levou o teatro besteirol para o vídeo. Exibido entre 1988 e 1990, o TV Pirata reuniu um grande time de atores, como Marco Nanini, Regina Casé, Luiz Fernando Guimarães e Louise Cardoso, que protagonizam histórias rápidas e debochadas. Um dos personagens celebrizados por Karan foi o apresentador Zeca Bordoada, da TV Macho, que agredia os entrevistados quando era tirado do sério.
Na mesma época, ganhou as telas do cinema como o vilão do filme Super Xuxa Contra Baixo Astral, protagonizado pela apresentadora infantil em seu auge. Sentindo-se ameaçado pelas boas ações de Xuxa, o nefasto personagem mandava seus capangas sequestrarem o cachorrinho Xuxo para torturar a mocinha.
O reconhecimento conquistado por Karan na virada da década de 80 para 90 ainda rendeu mais um papel muito popular. O mordomo Porfírio fazia de tudo para conquistar a atenção da patricinha Magda (vivida por Vera Zimmermann) e se tornou o maior destaque da novela Meu Bem, Meu Mal (1990/1991), que pode ser vista em reprise atualmente no Canal Viva.
Participou ainda das novelas Explode Coração, Pecado Capital e O Clone, todas comandadas por Glória Perez. Seu último trabalho na televisão foi América, em 2005, também de Glória, como o personagem Geraldito, um crooner que vivia em Miami e sonhava em trabalhar em Hollywood.