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Com greve, escolas particulares amanhecem de portas fechadas

Nas portas dos colégios, alunos se mobilizaram para manifestar apoio aos professores

Por Estadão Conteúdo
23 Maio 2018, 10h54
Aula pública na Praça Elis Regina, localizada no bairro do Butantã, na Zona Oeste da capital, nesta quarta-feira (23) (Felipe Rau / Estadão Conteúdo/Veja SP)
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Com a paralisação dos professores de escolas da rede privada de São Paulo, colégios paulistanos amanheceram de portões fechados nesta quarta-feira (23). Somente funcionários da limpeza, manutenção e administração foram trabalhar em algumas unidades. Nas portas dos colégios, alunos se mobilizaram para manifestar apoio aos professores.

No Colégio Santa Cruz, em Alto de Pinheiros, na Zona Oeste, a sirene que anuncia o início e término das aulas tocou normalmente nesta quarta. Às 7h15, horário da primeira aula, o que se via no pátio, porém, não eram estudantes, mas funcionários que varriam a escola. O segurança informou que não havia professores no local e que não apareceram pais para deixar os filhos no colégio.

Os portões também estavam fechados na Escola Vera Cruz, também em Alto de Pinheiros. A porta do colégio só era aberta pelo vigia quando funcionários chegavam para trabalhar.

Na mesma região, trinta alunos protestavam diante do Colégio Oswald de Andrade em apoio aos professores. Com faixas que pediam “respeito” aos docentes, em meio a batucadas em tambores e gritos, o ato foi organizado pelo grêmio estudantil.

Uma das integrantes do grêmio, a aluna do 2° ano do Ensino Médio Marina Perpétuo, de 15 anos, disse que o protesto era principalmente contra a postura do Oswald de Andrade, que decidiu não fechar a escola e não apoiar a paralisação. “Nós do grêmio tivemos reunião com eles e ouvimos que era muito pouco para muito barulho”, afirmou a estudante.

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Segundo os membros do grêmio, em assembleia realizada nesta terça-feira (23), os alunos do Oswald votaram por unanimidade pelo apoio à greve dos docentes. Segundo Rosa Sampaio, de 16 anos, aluna do 2° ano, os pais da maioria dos alunos ficaram “revoltados” pela posição do colégio. “Três alunos chegaram a entrar, mas foram embora. Mas nós decidimos que os alunos não virão para ter aula”, afirma Rosa.

Cerca de sessenta alunos de outras três escolas (Santa Cruz, São Domingos e Equipe) protestaram às 8h30 em frente ao Colégio Dante Aleghieri, que manteve as aulas normalmente. No ato, o grupo pediu que os alunos do Dante saíssem da sala de aula e descessem até a entrada da escola em apoio ao protesto. Eles chegaram a ocupar a faixa de pedestres diante da escola.

Os alunos seguiram para aulas públicas organizadas por professores em greve, no Largo da Batata, na Zona Oeste, com docentes do Colégio Santa Cruz, e no Largo Santa Cecília, na região central, com docentes do Equipe.

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Os estudantes dos colégios particulares mantêm contato e trocam atualizações sobre os atos por mensagens nesta manhã. No grupo, eles informaram que houve mobilização de alunos em apoio aos professores nos colégios Móbile, Bandeirantes, Albert Einstein, Rainha da Paz, São Luís e Objetivo (na Avenida Paulista).

Em nota, o Sindicato dos Professores de São Paulo (SinproSP) informa, em balanço preliminar, que cerca de 3 000 professores de 32 escolas na cidade de São Paulo paralisaram as atividades nesta manhã de quarta-feira. Segundo o texto, às 14h, os professores devem se reunir em assembleia no SinproSP e podem deliberar sobre greve a partir de 28 de maio. Depois da assembleia, haverá um ato público no vão livre do Masp.

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