Feira Craft Design tem cada vez mais participação de ONGs

Com apoio de profissionais e universidades, ONGs já são 30% dos expositores

Por Helena Galante
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h31

Entre 29 de fevereiro e 3 de março, o Terraço Daslu ficará repleto de produtos criativos, com acabamento caprichado e, surpresa, sem etiquetas de grifes internacionais. Trata-se da 12ª edição da Craft Design, feira que reúne 7.000 peças de 130 expositores brasileiros. O evento, voltado para lojistas, decoradores e arquitetos, apresenta tendências do design. A novidade é que cada vez mais ONGs participam da feira. “Estimamos que 30% dos expositores tenham algum envolvimento social ou ecológico”, afirma Elaine Landulfo, uma das organizadoras. “Em 2002, quando criamos a Craft Design, ninguém trabalhava com ONG.” A bolsa e o porta-lápis que estão nesta página, por exemplo, foram feitos com lona de painel publicitário pelo Projeto Arrastão, do Campo Limpo. Confeccionados pela Associação Comunitária Monte Azul, os suportes de prato saíram de uma marcenaria gerida por moradores de favelas de Santo Amaro. Em comum, essas duas organizações têm a parceria com o Design Possível, empreendimento do Mackenzie e da Universidade de Florença, na Itália. Coordenado pelo professor e designer Ivo Pons, o trabalho une a mão-de-obra de ONGs paulistanas aos conhecimentos dos universitários.

“O fato de a criação envolver o terceiro setor é um diferencial competitivo”, diz Pons. “Cada vez mais pessoas dão preferência às peças ecologicamente corretas e comprometidas socialmente na hora de consumir.” É o marketing do politicamente correto. Como exemplo do bom resultado do Design Possível, ele cita as quinze costureiras do Projeto Arrastão, que ganham 800 reais mensais. Na mesma linha de atuação, o designer Lars Diederichsen coordena o Instituto Meio, especializado em ajudar moradores de diferentes regiões periféricas do Brasil a colocar seus produtos no mercado. Na Craft Design deste semestre, o instituto estréia a parceria com uma ONG paulistana, o Projeto Quixote. Entre os objetos vendidos estarão marcadores de livros feitos com sobras de feltro. Otimista, Lars aposta no crescimento do setor. “Os próprios artesãos amadureceram e estão se preparando melhor”, afirma.

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