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Família agora acredita que morte de rapaz homossexual foi suicídio

O corpo de Kaique Augusto dos Santos foi achado pela polícia no sábado (11); familiares suspeitavam de crime de homofobia

Por Luan Flávio Freires
Atualizado em 5 dez 2016, 15h18 - Publicado em 21 jan 2014, 20h19

A família de Kaique Augusto dos Santos, 17 anos, reconheceu em entrevista concedida na tarde desta terça-feira (21) que a causa da morte foi suicídio. O rapaz foi encontrado sem vida pela polícia na madrugada de sábado (11), próximo ao viaduto Nove de Julho, região central.

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Ademar Gomes, advogado da família, afirmou que o principal indício de que o rapaz tenha tirado a própria vida foi um diário encontrado pela polícia na casa em que Kaique morava no bairro do Carandiru. De acordo com Gomes, alguns trechos demonstravam “uma tendência ao suicídio”. Registros de vídeos feitos por câmeras de prédios da região também indicaram que rapaz chegara sozinho ao viaduto.

Isabel Cristina Batista, mãe de Kaique, afirmou não saber que o filho tinha depressão e garantiu que a orientação sexual do rapaz, que era homossexual, sempre foi aceita pela família. “Nunca rejeitei meu filho”, disse. “Se soubesse (que ele tinha depressão), tentaria solucionar.”

Entenda o caso

Na noite do dia 10, Kaique foi a uma boate na região do Largo do Arouche com três amigos. Segundo o relato dos familiares, o garoto perdeu a carteira e o celular durante a festa e pediu que os amigos o ajudassem a procurar. Nesse momento, ele se distanciou do grupo e sumiu.

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Já na madrugada de sábado (11), o rapaz foi encontrado morto. Segundo o boletim de ocorrência, o menor “teria se precipitado de um viaduto aparentemente praticando suicídio”. O corpo estava na altura do número 390 da Avenida Nove de Julho, próximo ao viaduto de mesmo nome.

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O desaparecimento de Kaique, que morava com amigos, foi percebido pelos familiares no próprio sábado, quando ele faltou ao trabalho. “Ele nunca havia perdido um dia do trabalho”, comentou Clayton Batista, irmão do adolescente, que trabalhava como polidor.

Lia Mara de Moraes, amiga da família há anos e mãe de santo de Kaique, que era seguidor do candomblé, fez o reconhecimento do corpo. Segunda ela, “os órgãos genitais estavam inchados, na coxa esquerda havia um rombo feito por uma barra de ferro que já havia sido retirada, todos os dedos da mão estavam visivelmente quebrados, os olhos estavam perfurados, a cabeça estava completamente desfigurada e o corpo, muito inchado”.

Apesar da suspeita dos familiares, o delegado responsável pelas investigações nunca descartou a possibilidade de suicídio. “Quem constata se foi suicídio ou não é o legista”, afirmou Antônio Luis Tuckumantel, delegado titular do 3º Distrito Policial, em Campos Elíseos.

Por causa da morte de Kaique, manifestantes ligados ao movimento LGBT promoveram na última sexta-feira (17) uma manifestação no Largo do Arouche, na região central, pedindo justiça.

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