CET estuda criar faixa exclusiva para motos na Marginal Tietê
Pista adicional deve ficar ao lado das já existentes em modelo inspirado na Malásia; ideia integra projeto de criação de mais 220 quilômetros de Faixa Azul
Técnicos da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) deram início a estudos preliminares para a criação de uma nova via ao lado da faixa expressa da Marginal Tietê, e cobrir os 45 quilômetros da via (22,5 quilômetros em cada sentido). A estrutura deverá ficar rente à margem do rio, com acessos feitos com estruturas metálicas semelhantes às das ciclopassarelas usadas pelas bicicletas. “A ideia é de uma via segregada, tipo uma canaleta, de ponta a ponta da Marginal Tietê. Faremos os estudos e mostraremos ao prefeito (Ricardo Nunes)”, diz Ricardo Teixeira, secretário municipal de Mobilidade e Trânsito.
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Os estudos serão tocados de forma paralela ao projeto de ampliação de mais 220 quilômetros de trechos de Faixa Azul, que a prefeitura pretende entregar até o fim de 2024. A faixa funciona há um ano na Avenida 23 de Maio, e, desde agosto de 2022, na Avenida dos Bandeirantes, num total de 22 quilômetros. No primeiro ano de testes não foram registradas mortes na 23 de Maio, diz a prefeitura. Até 2020, eram quatro mortes ao ano.
A proposta de pista adicional para motos na Marginal Tietê prevê a criação de um novo pavimento de solo. A Faixa Azul consiste em sina- lizações no asfalto feitas por faixas contínuas pintadas no solo. Entre as mais de vinte vias que devem receber a Faixa Azul estão as avenidas Ipiranga, Rubem Berta, Francisco Matarazzo, do Estado, Aricanduva e Radial Leste (confira abaixo). Algumas delas, tais como a Rebouças e Consolação, apresentam desafios maiores, já que elas contam com ciclovias à direita, e faixa de ônibus à esquerda.
A ideia de criar uma via segregada na Marginal Tietê surgiu após uma visita que técnicos da CET fizeram à Malásia em janeiro, país onde as motocicletas respondem por quase a metade de toda a frota de veículos (no Brasil elas representam 22% e, na capital, 15%). Eles conferiram o funcionamento de parte dos cerca de 260 quilômetros de vias exclusivas para motos existentes no país. “É bom observar como serão feitas as entradas e saídas. Precisa avaliar se de fato não haverá interferência”, afirma Sérgio Avelleda, coordenador do núcleo de Mobilidade Urbana do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper e consultor do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Para Edgar Francisco Silva, presidente da Associação dos Motofre- tistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil APP, se efetivada, a via será um divisor de águas para a ca tegoria. “Muito mais seguro.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 15 de fevereiro de 2023, edição nº 2828