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Estudo mostra melhora na qualidade da água da Bacia do Tietê

Conclusão é do relatório Observando o Tietê, da SOS Mata Atlântica

Por Agência Brasil
Atualizado em 22 Maio 2024, 18h02 - Publicado em 22 set 2021, 10h49
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Capa Eleições - Meio Ambiente (MARCELO D’SANTS/FOLHAPRESS/Veja SP)
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A qualidade da água na Bacia do Rio Tietê, o maior do estado de São Paulo, apresentou melhora no período de setembro de 2020 a agosto de 2021, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A conclusão é do relatório Observando o Tietê, da Fundação SOS Mata Atlântica, lançado hoje (22), no Dia do Tietê.

Essa tendência vem sendo observada desde 2016, quando a qualidade predominante da água nas bacias monitoradas passou a ser regular em grande parte dos pontos de coleta – foi de 59,15% em 2015 a 66,3% em 2020, chegando a 67,9% na atual análise.

A água de boa qualidade também teve aumento nos registros, passando de 4,23% em 2010 para 7,2% em 2020, alcançando 11,3% neste ano. Com isso, a água boa e regular, que permite usos múltiplos e vida aquática, chegou a 407 quilômetros (km) do rio, o que representa 70,63% de todo o trecho monitorado.

O monitoramento é feito ao longo de 576 quilômetros do rio principal, desde a nascente, em Salesópolis, até a jusante da eclusa do Reservatório de Barra Bonita, além da coleta em 21 rios afluentes do Tietê. Ao todo, são 53 pontos de coleta. O Tietê corta o estado por 1.100 km, desde sua nascente até a foz no Rio Paraná, no município de Itapura.

O coordenador técnico do projeto Observando os Rios, Gustavo Veronesi, diz que os índices de qualidade de água regular e boa são fundamentais para promover a segurança hídrica no estado.

“Essa condição permite o uso múltiplo da água para abastecimento humano, público, irrigação, produção de alimentos, pesca, atividades de lazer, turismo, navegação e geração de energia, além da manutenção dos ecossistemas e resgate da cultura nos municípios ribeirinhos, que têm sua história e desenvolvimento associados ao rio”, afirmou.

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A água com qualidade ruim, que chegava a 44,95% em 2015, caiu para 25,3% no ano passado e para 13,2% em 2021. Em 2020, havia uma mancha de poluição de 150 km do rio, em dois trechos não contínuos. Já neste ano ela foi reduzida em 65 km, ou quase 50%.

Qualidade péssima

Os dados mostram, no entanto, que há ainda uma longa trajetória para que se alcance um patamar compatível com a importância do maior rio do estado de São Paulo, conforme a entidade. Pontos de coleta com água de ótima qualidade não são observados desde 2010 na bacia. Além disso, a categoria péssima teve crescimento.

Entre 2010 e 2020, o registro de água péssima passou de 9,86% para 1,2%, mas em 2021 o patamar retornou aos 7,5%. Os registros de água péssima foram feitos em pontos de afluentes na Bacia do Alto Tietê: um no Ribeirão dos Meninos (São Caetano do Sul) e mais três pontos no Rio Pinheiros, na capital paulista.

De acordo com a SOS Mata Atlântica, a condição de qualidade da água regular e a melhora registrada neste ciclo de monitoramento são frágeis e ainda podem ser comprometidas por acidentes ou pela gestão inadequada de água.

Dentro do período analisado, em agosto de 2021, houve o descarregamento de sedimentos da barragem de Pirapora, que despejou alto fluxo de água contaminada, o que levou à mortandade de peixes e ao acúmulo de resíduos sólidos gerados na bacia do Alto Tietê.

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Conforme informações da entidade, a contaminação se arrastou por cerca de 300 quilômetros de rio, tornando a água péssima mesmo em pontos em que havia tendência de melhora. A diretora de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, Malu Ribeiro, afirmou que o dano ambiental causado por uma situação ocasional pode gerar um impacto duradouro na água dos rios e de represas.

“A efetivação da legislação que pune e torna caro poluir nossos rios é mais do que necessária. Atualmente é muito barato poluir e, por isso, os meios de evitar danos não são efetivados. Ao tornar caro poluir, espera-se haver maior atenção aos processos que potencialmente possam gerar danos e uma melhoria na gestão dos recursos hídricos”, disse Malu.

Para ela, um rio da dimensão do Tietê deve ser tratado como importante alternativa à segurança hídrica no estado. “Para que isso aconteça, é necessária a integração de políticas públicas de recuperação da Mata Atlântica, em margens de rios e mananciais, com as metas de universalização do saneamento e despoluição de rios urbanos importantes da Bacia do Tietê, como o Pinheiros, Ipiranga, Jundiaí, Sorocaba e Piracicaba.”

Malu Ribeiro afirmou que o saneamento ambiental e a governança nas bacias do Tietê são ações estratégicas para a segurança hídrica, energética, de saúde e de combate às mudanças climáticas e adaptação, cumprimento do Código Florestal e planos de manejo de unidades de conservação.

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