Especialistas em atendimento personalizado: mimos sob medida
Por praticidade, conforto, falta de tempo ou – ninguém é de ferro – pura preguiça de encarar certas tarefas, paulistanos recorrem ao trabalho do personal
Foi-se o tempo em que malhar com personal trainer era sinônimo de status. A ginástica monitorada por um instrutor, antes restrita ao público AAA, não demorou a se popularizar entre outras fatias de consumidores. Os profissionais destas e das páginas a seguir representam outros nichos do atendimento personalizado que, se aprovados pelos paulistanos abonados, podem seguir o mesmo caminho. Da designer que promete criar uma joia para combinar com um vestido de festa poderoso ao maquiador de famosas que promove uma geral nos cosméticos da cliente, parece haver de tudo um pouco. Veja como funcionam e quanto custam os serviços e, claro, a opinião de gente que recorreu a eles.
COLEGAS DE VITRINE
Formada em engenharia civil, Cristina Zanetti chegou a trabalhar numa construtora
antes de descobrir sua verdadeira vocação: a moda. Mais especificamente, escolher roupas bacanas para os outros. Assim, tornou-se personal shopper, profissional que não só indica as peças que uma pessoa deve vestir como vai bater pernas para comprá-las. “O visual é uma ferramenta poderosa”, diz a psicóloga Andréa Abad, sobre as razões que a fizeram procurar o socorro de Cristina, oferecido gratuitamente a clientes preferenciais do Shopping Cidade Jardim — no mercado, uma hora de serviços como o dela custa cerca de 200 reais. “Ela acertou na mosca comigo”, elogia Andréa.
TUDO NO LUGAR
Atire o primeiro cabide quem nunca sonhou ter um closet impecável sem precisar suar para isso. Realizar esse desejo virou o ofício de Andrea Caetano, que ganha a vida como personal organizer. Formada em administração de empresas, ela
se dedica desde 2002 a solucionar pequenas tarefas que, somadas, podem virar uma enorme perda de tempo — como agrupar fotos de família ou pôr livros em ordem. “Minha vida melhorou 100% depois dela”, empolga-se a designer Paula Ferber. Ela contratou Andrea pela primeira vez para arrumar as centenas de pares de sua marca de sapatos. É preciso desembolsar 120 reais por uma hora de
trabalho. Para se ter uma ideia, um guarda-roupa com oito portas requer, em média, dez horas de labuta.
CADA VESTIDO, UMA JOIA
Se comprar um colar de brilhantes não é para todos, pode-se dizer que menos gente ainda tem bala na agulha para contratar Jean Songg, ex-bioquímica que desde 2002 atua como designer. O que ela faz? Cria joias especialmente para ornar com determinado look — no mundo de quem frequenta supercasamentos, acredite, faz toda a diferença. Suas peças mais simplesinhas custam 6 000 reais, preço que aumenta pelo menos 20% no caso de itens sob medida. “É tudo tão lindo”, comenta uma de suas assíduas clientes, a empresária Cecília Bourdon. “Impossível não se encantar.”
CARDÁPIO DE DAR ÁGUA NA BOCA
Gente que gosta de comer bem mas não tem lá muita afi nidade com o fogão garante o sucesso do negócio de Patricia Abbondanza e Mayra Abucham.
Uma formada em jornalismo, outra em engenharia de alimentos, ambas estudaram gastronomia em Nova York e ganham a vida como personal chefs. Por 2 800 reais, preço do módulo básico de cinco aulas com duração de quatro horas cada uma, dão lições de culinária tanto para os donos da casa quanto para os empregados. “A Daiane estava precisando de uma reciclagem”, conta a paulistana Carolina Martinez Quintas, sobre a cozinheira de sua família. Após os encontros com a dupla, diz ela, tudo mudou. “As meninas mostraram truques e técnicas que deixaram nossas refeições irresistíveis.”
DE BEM COM OS ELETROELETRÔNICOS
Recorrer a Beatriz Jakobowicz pode ser uma alternativa para a turma que sente arrepio só de olhar para manuais de instrução. Apaixonada por tecnologia, ela é
formada em matemática e fera em eletroeletrônicos (e, convenhamos, dona de uma paciência invejável). Instala computadores, laptops, telefones e tocadores de MP3, além de ensinar a melhor maneira de utilizá-los. “Lido com gente que não abre mão de novidades mas tem dificuldade em aproveitá-las bem”, diz. É o caso de Mary Nigri, dona do restaurante Quattrino. “Acho perfeito para quem não sabe usar Orkut nem Twitter”, comenta a empresária. Cada hora do serviço custa, em média, 120 reais.
FAXINA NO NÉCESSAIRE
Maquiador de paulistanas chiques e grifes idem, Marcos Costa descobriu nos serviços personalizados um nicho para aumentar o faturamento. “Percebi quanta gente sofre para escolher e usar os produtos certos”, conta. Cobra 4 500 reais por cinco horas de sua atenção exclusiva, em que ensina o bê-á-bá dos pincéis. Além de sugerir cores, tons e texturas adequadas para cada pele, ele analisa o armário de cosméticos da cliente — se necessário, agenda visitas a lojas bacanas para uma reformulação geral na maletinha de blush, delineador e afins. A ex-modelo Graziela de Vita, executiva de uma marca de roupas, provou e aprovou. “Com ele, perdi o preconceito contra usar batom vermelho”, diz. “As dicas valorizaram minha beleza.”