Equipe de Tarcísio mandou cinegrafista apagar imagens de tiroteio
Áudio obtido pela Folha de S. Paulo mostra segurança questionando conteúdo da gravação; campanha diz que não queria expor pessoas
Um áudio aponta que um integrante da campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos) mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio em Paraisópolis. O áudio foi obtido e publicado pelo jornal Folha de S. Paulo.
O cinegrafista fazia imagens de Tarcísio na sede de um projeto social. Houve tiroteio e um homem morreu. Equipes de imprensa foram levados em van da campanha para um prédio na Zona Sul da capital.
Lá, de acordo com a reportagem, a equipe do postulante perguntou ao profissional sobre as imagens que havia captado. “Você filmou os policiais atirando?”, questiona um integrante da campanha. “Não, trocando tiro efetivamente, não. Tenho tiro da PM pra cima dos caras”, responde o cinegrafista.
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O membro da campanha ainda pergunta se ele havia filmado as pessoas que estavam no local onde o evento com Tarcísio foi realizado. “Você tem que apagar”, diz o segurança.
A Jovem Pan disse à reportagem que exibiu todas as imagens feitas durante o tiroteio. “O trabalho do cinegrafista permitiu que a emissora fosse a primeira a noticiar o ocorrido no local. Não houve contato da campanha do candidato Tarcísio com a direção da emissora com o intuito de restringir a exibição das imagens e, por consequência, o trabalho jornalístico.”
Já a campanha de Tarcísio disse que “um integrante da equipe perguntou ao cinegrafista se ele havia filmado aqueles que estavam no local e se seria possível não enviar essa parte para não expor quem estava lá”.
“Nunca houve nenhum impedimento por parte da campanha em relação a isso. Qualquer afirmação que questione isso é uma mentira”, continuou a nota.
O tiroteio, que está sob investigação, acabou sendo utilizado politicamente em campanha de Jair Bolsonaro (PL) em horário eleitoral. “O candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e sua equipe foram atacados por criminosos em Paraisópolis”, afirma o locutor da propaganda.