Empresários paulistanos lançam versão brasileira do OnlyFans
O Privacy, surgido no final de 2020, tem hoje cerca de 2 milhões de usuários. Famosas como Rita Cadillac e MC Mirella estão entre os produtores de conteúdo
Publicar conteúdo erótico, atrair assinantes e ganhar seu próprio dinheiro. A ideia popularizada pela empresa britânica OnlyFans serviu de inspiração para a nova concorrente Privacy, versão brasileira criada por um grupo de empresários em São Paulo. “Quando conheci a proposta, achei o conceito magnífico, mas existia uma dificuldade para ter seu perfil aprovado em plataformas como essa”, conta Fábio Monteiro, um dos fundadores. O modelo de negócios escolhido pelos sócios prioriza o desempenho dos criadores de conteúdo, que têm direito a uma equipe de atendimento, psicóloga e várias maneiras de receber os pagamentos, de boleto a Pix. “Isso devolve poder a eles, que muitas vezes estão nessa para pagar uma faculdade, por exemplo.”
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Para participar, o processo é simples: após se cadastrar com e-mail e senha, o site pede informações básicas, dados bancários e um retrato mostrando o próprio documento, para evitar fraudes. O criador fica responsável por definir o valor da assinatura mensal, que deve custar de 5 a 100 reais, e pode postar novas mídias com a frequência que quiser. “Não existe um contrato e tampouco a obrigação de publicar sem parar.”
O teor das fotos e vídeos no site vai do erótico ao pornográfico e varia de acordo com o perfil de cada participante, mas o público assinante, por enquanto, é quase 100% composto de homens. “Tanto para conteúdo masculino, feminino ou de pessoas trans.”
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Criada no fim de 2020, hoje a marca tem cerca de 2 milhões de usuários e mais de 50 000 criadores, entre eles famosos e influenciadores que já perceberam o potencial do negócio. Participam nomes como Rita Cadillac, MC Mirella e o fisioterapeuta e ex-BBB Lucas Gallina. O atleta Ricardo Chahini, bicampeão mundial de futebol freestyle, também planeja abrir uma conta nas próximas semanas. “Todos os perfis em destaque na primeira página são aqueles que faturam mais de 150 000 reais por mês”, diz Fábio. “Mas a gente se orgulha daqueles que não são celebridades, como a Nath, que tem um perfil totalmente fora dos padrões, e a Suelen, que era manicure e hoje em dia faz pelo menos 30 000 reais todo mês.”
Agora os sócios planejam expandir a estrutura para países da América Latina, como Colômbia, Chile e Argentina. “Com o excesso de informações nos streamings e redes sociais, é natural que hoje as pessoas queiram consumir o conteúdo de alguém específico.” Para eles, a alternativa também é uma maneira de valorizar e acolher os profissionais desse mercado. “Pornografia existe desde sempre e ainda assim vivemos cheios de tabus. Essas pessoas têm famílias e trabalham por elas, mas mesmo assim sofrem preconceito.”
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Publicado em VEJA São Paulo de 2 de março de 2022, edição nº 2778