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Em busca da família

Paciente pretende "dar um giro por aí" quando sair do hospital onde mora desde 1999

Por Angela Pinho
Atualizado em 5 dez 2016, 15h34 - Publicado em 11 out 2013, 20h39
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  • Na saída do Hospital Dom Pedro II, no Jaçanã, há um pórtico com os dizeres “Você trouxe alegria. Volte!”. O apelo faz sentido. De acordo com a diretora técnica Sueli Luciano Pires, apenas um terço dos 405 pacientes internados ali recebe visitas. Xista Gomes Barros, de 76 anos, está entre eles. A filha de sua ex-patroa de vez em quando aparece e a leva para passear em datas especiais, como aniversários. “Hoje ela tem mais de 30 anos, mas quando eu conheci sua família era uma bebê. Ficamos muito ligadas”, diz Xista.

    + Minha casa é o hospital

    Xista chegou ao hospital em janeiro de1999 para tratar uma úlcera na perna esquerda que a impediu de continuar trabalhando como empregada doméstica. O problema deixou sequelas. Até hoje, precisa de um andador para se locomover. Poderia sair dali, mas não tem casa. Perdeu há anos o contato com a família, de Pernambuco. “Eu escrevia para eles, mas há muito tempo não tenho mais resposta”, lamenta.Reservada, Xista não se apegou especialmente a ninguém no Pedro II. “Aqui não tem amigo, é mais colega”, diz. Ela não vê problema nisso. “Eu gosto do hospital. O lugar quem faz é a gente.” Embora fale pouco, tem autoridade no quarto, que divide com outras quatro pessoas. Segundo as assistentes sociais, é a única que consegue convencer uma das companheiras, surda-muda, a tomar banho. Faz-se entender por leitura labial. Pacientes como Xista, sem contato com parentes, muitas vezes ficam para sempre no hospital. Mas ela ainda pensa em procurar a família. “Quando a minha perna ficar boa devez, talvez eu dê um giro por aí.”

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