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“A Guerra Está Declarada” relembra caso real vivido pela diretora

Drama francês acompanha a trajetória de Juliette e Roméo na luta contra a doença do filho

Por Miguel Barbieri Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 17h29 - Publicado em 6 jan 2012, 23h50

Quase sempre é bom desconfiar quando um filme se baseia numa história real. Muitas vezes, o roteiro traz alterações para melhorar a narrativa em sua adaptação para o cinema. Para não ir muito longe, os famosos rivais no Oscar do ano passado, “A Rede Social” e “O Discurso do Rei”, dramatizaram situações de fatos verídicos. O que diferencia o drama francês “A Guerra Está Declarada” de tantos outros encontra-se em sua sincera concepção. A diretora Valérie Donzelli quis exorcizar seu passado recente e, em conjunto com o ex-companheiro, Jérémie Elkaïm, escreveu a trajetória deles. Ambos também são protagonistas de um trabalho bastante sensível, não à toa ovacionado no Festival de Cannes, sucesso de bilheteria na França, onde conquistou mais de 800.000 espectadores, e representante do país na corrida ao Oscar 2012 de melhor produção estrangeira.

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De uma vitalidade ímpar, a trama acompanha o amor de Roméo (Elkaïm) e Juliette (Valérie). Eles se conhecem numa festa e passam a formar um casal apaixonado pelas encantadoras ruas de Paris. Enquanto Juliette quer ser atriz, Roméo sonhar ter uma gravadora. Adam (César Desseix) nasce pouco tempo depois e tumultua o cotidiano da dupla. O bebê chora sem trégua. Ao completar 18 meses, vem o diagnóstico de um raro tipo de tumor no cérebro da criança. A realizadora jamais se entrega ao melodrama e prefere deixar explícito: há esperança no futuro e pode-se dar leveza e, vá lá, alto-astral a um tema tão sério.

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Se não fosse extraído da própria experiência de Valérie e Elkäim, ocorrida cerca de dez anos atrás, o segundo longa-metragem da cineasta talvez caísse na vala comum de filmes pesadões sobre doenças e suas consequências. Autêntica e de baixo orçamento, a bela fita foi praticamente rodada com uma câmera fotográfica que filmava em alta definição. Além de um raro faro para retratar emoções sem pieguice, Valérie possui ouvidos antenados. Na formidável trilha sonora, cabem de Vivaldi a Georges Delerue, de Ennio Morricone a Laurie Anderson. Deve mesmo arrebatar o coração dos brasileiros a tocante sequência na qual se ouve a versão instrumental de “Manhã de Carnaval”, de Luiz Bonfá e Antônio Maria.

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