“A Tentação” aborda infidelidade, religião e intolerância
Filme do diretor inglês Matthew Chapman não tem afetações visuais e vai direto ao ponto para debater questões oportunas
Na primeira cena do drama A Tentação, o detetive Hollis (Terrence Howard) descobre que a mulher foi infiel durante muitos anos e seus dois filhos são de outro homem. Em seguida, surge mais um personagem em conflito. Gavin (Charlie Hunnam) está prestes a cometer uma loucura e Hollis, especialista em negociar com suicidas, ouve a história do rapaz.
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No topo de um edifício, ele tem poucos minutos para decidir se pula ou se deixa uma pessoa morrer em seu lugar. Saber o motivo que o levou a tal situação é o eixo central do roteiro, escrito pelo diretor e jornalista inglês radicado nos Estados Unidos Matthew Chapman. Marido da atriz brasileira Denise Dumont, o realizador não filmava desde 1988.
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Gerente de um hotel, Gavin fez amizade com um casal recém chegado ao prédio onde mora e logo descolou um emprego de camareira para Shana Harris (Liv Tyler). Em retribuição, Joe (Patrick Wilson), o marido dela, oferece um jantar em sua casa. Gavin e seu amigo homossexual Chris (Chris Gorham) saem de lá contrariados.
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Cristão fundamentalista, Joe acredita, por exemplo, na conversão de gays em héteros. Já Gavin, ateu e mais flexível, toca o cotidiano na base do desprendimento. A aproximação cada vez mais intensa entre ele e a vizinha casada vai convergir para um desenrolar tenso e um clímax inesperado.
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Sem afetações visuais nem gordurinhas na trama, o longa-metragem vai direto ao ponto para debater questões oportunas, como a intolerância religiosa dos protagonistas — Joe se agarrou a Deus, Gavin o abandonou e ambos possuem motivos plausíveis para tal decisão. Presente na vida de Hollis, Gavin e Joe, a traição conjugal está intimamente ligada à religiosidade, e depende deles perdoar o adultério para seguir em frente.
AVALIAÇÃO ✪✪✪