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Doria lança projeto de museus do grafite em 8 pontos da cidade

Projetos serão escolhidos em abril por meio de edital. Empresas patrocinadoras irão custear tintas e o cachê total, no valor de 200 000 reais

Por Estadão Conteúdo
10 mar 2017, 21h49
Doria: homem do ano (Fábio Vieira/Fotorua/Estadão Conteúdo/Veja SP)
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Após a polêmica com grafiteiros causada pelo combate às pichações no início da gestão, o prefeito paulistano João Doria (PSDB) lançou nesta sexta (10), o Museu de Arte de Rua (MAR), que vai selecionar projetos de grafite para serem pintados em muros de áreas públicas em oito regiões da cidade que serão escolhidas pelos artistas.

Segundo o secretário municipal da Cultura, André Sturm, os projetos serão selecionados em abril por meio de edital que será aberto na próxima segunda (13), com cachê total de R$ 200 mil, que será financiado por empresas patrocinadoras, assim como as tintas. As propostas serão escolhidas por uma comissão que ainda será formada por pessoas da Prefeitura e da sociedade. A ideia é de que os murais sejam inaugurados em maio e fiquem expostos por dois anos.

“São Paulo é um centro de grande expressão nesta manifestação de arte de rua, talvez o maior do mundo, reconhecido internacionalmente. E com isso nós separamos, qualificamos, identificamos com muita clareza aqueles que manifestam sua arte, que é respeitada, legítima, que é legal e que vai ajudar a cidade a ficar mais bonita”, disse Doria, que negou haver incoerência em lançar o projeto do MAR após ter apagado alguns grafites na Avenida 23 de Maio, em janeiro, com tinta cinza.

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Doria disse que serão oito museus, quatro de grande porte e quatro de pequeno porte nas zonas norte, sul, leste e oeste da capital. Apenas a 23 de Maio está descartada porque receberá um jardim vertical. O prefeito disse que “nada impede” que outros museus de arte de rua sejam feitos na cidade, mas defendeu a punição com multa de R$ 5 mil prevista na Lei Antipichação sancionada no mês passado para quem pintar um grafite sem autorização prévia do dono do imóvel ou da Prefeitura, se o espaço for público.

A definição das regras de seleção foi feita por uma comissão formada por 14 pessoas, entre as quais grafiteiros. O grupo vetou intervenções artísticas de cunho político, religioso e discriminatório. Mauro Sérgio Neri, um dos artistas da comissão, elogiou a abertura e diálogo da gestão Doria com os grafiteiros, mas leu um manifesto coletivo com críticas às ações do prefeito no início do ano.

“Antes de mais nada gostaríamos de deixar claro que não estamos aqui por concordar com todas as decisões desta gestão, mas por nos colocarmos aqui a serviço da cidade. Lutamos por um canal de conversa em um momento em que a sociedade reclama desse excesso de cinza. Discordamos não somente de apagar um incêndio momentâneo, criado pela falta de diálogo. Nosso maior objetivo foi trazer para a conversa mais entendimentos sobre as manifestações que acontecem na rua, tomando cuidado para não restringir o universo ao qual pertencemos: o grafite”, afirmou Neri.

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