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Caçadores matam onça-pintada e exibem ‘troféu’ no WhatsApp

Ameaçado de extinção, animal foi abatido durante uma caçada clandestina na reserva de Mata Atlântica de uma fazenda

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 10 mar 2017, 18h26 - Publicado em 10 mar 2017, 18h23

Três caçadores mataram uma onça-pintada, maior felino das Américas e ameaçada de extinção, durante uma caçada clandestina na reserva de Mata Atlântica de uma fazenda, em Juquiá, no Vale do Ribeira, no interior de São Paulo.

Em seguida, eles gravaram e enviaram para amigos pelo aplicativo WhatsApp um vídeo em que se vangloriam do fato e exibem a onça adulta, abatida a tiros, como um troféu. As Polícias Civil e Ambiental estão, agora, à caça dos autores do crime.

A caçada aconteceu no último fim de semana. No vídeo, aparece apenas a onça abatida, mas é possível ouvir com clareza a voz de um dos caçadores. “Olha aqui, Mauri, olha, Jorge, vocês dizem que aqui não tem onça grande? Olha o tamanho desse bicho! Saí para buscar uma paquinha e olha o tamanho disso, Adilsão!”, diz um deles.
Ele conta que a onça foi morta com dois tiros e mostra, no vídeo, as armas usadas. “Ela largou dos cachorros e estava investindo em nós. Dei um tiro de 12 na cara dela, e o Jorge atirou no pescoço com a 24. Os dois tiros falaram juntos.”

O caçador exibe as presas e as patas da pintada e continua se vangloriando. “Olha o dente desse capeta, Mauri; aí, Nandão, olha o tamanho da patola!”

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Confira:

O dono da Fazenda São Judas, localizada entre os bairros Iporanga e Caçula, tomou conhecimento do vídeo e registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de Juquiá. Segundo ele, a área, de mata fechada e distante da propriedade, é invadida constantemente por caçadores. O comando do Policiamento Ambiental na região também foi notificado.

De acordo com a Polícia Civil de Juquiá, os três homens cujas vozes aparecem no vídeo – o narrador cita Jorge e Herbert como seus companheiros de caçada – já foram identificados. Um deles está foragido. Os outros devem se apresentar a qualquer momento.
Crimes
Os matadores da onça serão processados com base no Lei de Crimes Ambientais, que prevê pena de seis meses a um ano de detenção e multa que, nesse caso, deve chegar a R$ 5 mil. A Polícia Civil também deve indiciar os suspeitos por invasão de propriedade e porte ilegal de arma, já que uma das espingardas foi modificada de forma a não ser possível o registro.
No caso do porte ilegal da arma, o crime é maior que a própria morte da onça, prevendo pena de dois a quatro anos de reclusão, além de multa.
Onça-pintada
De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a população de onças-pintadas sofreu drástica redução na Mata Atlântica, um de seus principais hábitats, nos últimos anos. Estima-se que a população não passe de 180 indivíduos, estando “criticamente em perigo”.
O felino, que está no topo da cadeia alimentar e tem como principal predador o homem, ocorre também em outros biomas brasileiros, como a Amazônia, o Pantanal e o Cerrado.

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