Diversão com preços variados
Exposição + cinema + restaurante. Show + balada. teatro + pizza. Selecionamos vinte programas em quatro categorias de preço de 50 a 200 reais. É só escolher
Os paulistanos desembolsam 9,1 bilhões de reais por ano com recreação, cultura e refeições fora de casa. Grandes responsáveis por movimentar esse mercado, as classes A e B respondem por quase 80% da dinheirama, com um gasto médio individual de 110 reais por mês. Sair para jantar é o programa preferido. Segundo pesquisa divulgada em agosto pelo instituto Target Group Índex, do Ibope Mídia, 11,3% dos moradores da Grande São Paulo afirmam ir frequentemente a restaurantes. Em segundo lugar no ranking da preferência está o cinema, seguido de shows musicais, museus e teatro. Para ajudar o leitor a descobrir bons programas, VEJA SÃO PAULO preparou vinte pacotes temáticos, com duas ou três atrações de localização próxima. Nas páginas a seguir, os combinados estão divididos em quatro categorias de preço. Levaram-se em conta os gastos por pessoa, e, no caso de restaurantes e bares, o preço final já inclui os 10% de serviço. Ficaram de fora extras como estacionamento e valets. Divirta-se!
ATÉ 50 REAIS
No point dos descolados
Antigo bairro operário, a Barra Funda virou a meca dos descolados. Além de baladas, os galpões abandonados da região também abrigam boas montagens teatrais. Uma delas é Raptada pelo Raio, encenada na Casa Livre, cuja reestreia estava prometida para sexta (6). No espaço inaugurado no início deste ano, o visitante escolhe quanto quer
pagar. Dirigida por Cibele Forjaz, a peça mergulha no universo dos rituais das tribos ameríndias para contar a história de um homem que perde a mulher, vitimada por um raio. Os espectadores são convidados a se deitar em redes de olhos vendados. Depois, abra bem os olhos e os ouvidos para curtir os vinis de Rolling Stones, Lou Reed, Smiths, David Bowie, Devo e Faith No More no pub de roqueiros Casa Belfiore, a 1 quilômetro dali. Se a fome bater, o paladar será bem recompensado com o tentador hambúrguer de 200 gramas de produção própria (R$ 19,50) e uma cerveja Eisenbahn (R$ 7,00). Caso aindatenha fôlego, caminhe até o Berlin, espécie de clubinho underground, e jogue-se na pequena pista de dança embalada por jazz e rock.
■ Casa Livre. Raptada pelo Raio. Rua Pirineus, 107, Barra Funda, ☎ 3257-6652. Sexta e sábado, 21h; domingo, 19h. Até 13 de dezembro.
■ Casa Belfiore. Rua Sousa Lima, 67, Barra Funda, ☎ 3822-1364. 20h/1h (fecha dom. e seg.). https://www.casabelfiore.com.br.
■ Berlin. Rua Cônego Vicente Miguel Marino, 85, Barra Funda,
☎ 3392-4594. 21h/último cliente (ter.) e 23h/último cliente. (sex. e sáb.). Entrada até R$ 15,00. https://www.clubeberlin.com.br.
Um giro pelo centro
O sábado à tarde é ideal para tomar uma cervejinha (Bohemia, Original e Serramalte; R$ 7,00 cada uma) em meio aos lustres de cristal do bar Salve Jorge do centro. Se a fome apertar, belisque uma porção de bolinhos de batata e calabresa levemente picantes (R$ 19,80 reais). De lá, caminhe uns 300 metros até o edifício do Centro Cultural Banco do Brasil, que concentra duas ótimas atrações: a exposição Virada Russa e a peça Hamelin. Considerada a melhor mostra em cartaz na cidade, Virada Russa reúne 125 obras da valiosa coleção do Museu Russo de São Petersburgo até domingo (15). Reserve pelo menos uma hora para conferir os trabalhos de Wassily Kandinsky, Kasimir Malevich e Marc Chagall. Às 19h30 começa o drama sobre pedofilia do espanhol Juan Mayorga. Dirigida por André Paes Leme, a peça traz o ator Vladimir Brichta na pele de um juiz obcecado em reunir provas para incriminar um figurão suspeito de
abusar sexualmente de crianças. Como a sala tem apenas 125 lugares, vale garantir o ingresso com alguns dias de antecedência.
■ Salve Jorge. Praça Antônio Prado, 33, loja 17, centro, ☎ 3107-0123. 10h30/23h (sáb. e feriados 12h/18h; fecha dom.). Couvert art. (sáb. 13h/18h): R$ 10,00 (cobrado apenas nas mesas da área externa). Estac. na Rua Libero Badaró, 616 (R$ 12,00). https://www.barsalvejorge.com.br.
■ Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112, centro, ☎ 3113-3651. Estac. com serviço de van na Rua da Consolação, 228 (R$ 10,00 por cinco horas, de ter. a dom.). Virada Russa – A Vanguarda na Coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo. Até domingo (15). Hamelin (90min). Até dia 29.
Ficção na região da Paulista
A exposição A Invenção de um Mundo, no Itaú Cultural, traz 127 trabalhos do Museu Europeu da Fotografia, em Paris. Trinta artistas de onze países usam elementos reais para criar cenas típicas de ficção, com traços de surrealismo, humor e erotismo. Aproveite então para ir ao Espaço Unibanco da Rua Augusta. Antes de encontrar um assento para a sessão, faça uma visita à livraria. Além de 700 títulos especializados em cinema, podemse comprar camisetas, pôsteres, cartazes e ímãs de geladeira com imagens de filmes. Aplaque a fome a alguns passos dali no Kebab Salonu, que foi reformulado em junho e ganhou mais vinte lugares. Para acompanhar o kebab de faláfel (R$ 19,00), peça a airam às hortelãs (R$ 6,50), bebida salgada à base de iogurte e água com gás.
■ Itaú Cultural. A Invenção de um Mundo. Avenida Paulista, 149, ☎ 2168-1776. Terça a sexta, 10h às 21h; sábado, domingo e feriados, 10h às 19h. Grátis. Até 13 de dezembro.
■ Espaço Unibanco. Rua Augusta, 1475 (salas 1, 2 e 3) e 1470 (salas 4 e 5), Cerqueira César, ☎ 3288-6780 e 3287-5590. R$ 8,00 (qui.), R$ 12,00 (qua., exceto feriados), R$ 16,00 (seg. e ter., exceto feriados) e R$ 18,00 (sex. a dom. e feriados).
■ Kebab Salonu. Rua Augusta, 1416, Consolação, ☎ 3283-0890. 12h/0h (sex. e sáb. até 1h30; fecha seg.). Estac. na Rua Antônio Carlos, 277 (R$ 10,00 por duas horas). https://www.kebabsalonu.com.br.
Itinerário etílico-cultural
Pinheiros no fim de semana não precisa ser sinônimo da manjada feirinha da Praça Benedito Calixto. Um passeio bacana pelo bairro começa de um jeito comportado no Instituto Tomie Ohtake. Por lá, visitam-se, sem pagar nada, duas belas exposições. Comece por O Espetáculo Está na Rua, com 72 cartazes pertencentes ao acervo de um museu da cidade francesa de Chaumont – entre eles, há obras de Pierre Bonnard e Toulouse-Lautrec. Na sequência, aprecie a bela obra fotográfica do baiano Mario Cravo Neto (1947-2009). Terminada a excursão artística, tome um chope (R$ 4,70, claro) bem tirado do Pirajá, a uns cinco minutos de caminhada dali. O bar é um dos primeiros da cidade a imitar o estilo informal de botequim carioca. Uma boa opção de acompanhamento é a porção de bolinhos de abóbora com carne-seca (R$ 17,50). Lá pelas 22 horas, rume a outro bar, o Ó do Borogodó. É mais um lugar onde você quase se sente no Rio de Janeiro. Gente jovem requebra ao som de samba e chorinho.
■ Instituto Tomie Ohtake. Exposições O Espetáculo Está na Rua -Cartazes de Chaumont e Eternamente Agora. Grátis. Rua Coropés, 88, Pinheiros, ☎ 2245-1900. Estac. (R$ 7,00). Terça a domingo, 11h às 20h. https://www.institutotomieohtake.org.br.
■ Pirajá. Avenida Brigadeiro Faria Lima, 64, Pinheiros, ☎ 3815-6881. 12h/1h (qui. a sáb. até 2h; dom. até 19h). Estac. c/manobr. (R$ 6,00 seg. a sex. até 17h; R$ 12,00 nos demais horários). https://www.piraja.com.br.
■ Ó do Borogodó. Rua Horácio Lane, 21, Pinheiros, ☎ 3814-4087. 21h/3h (sáb. 13h/20h e 21h/3h; dom. 19h/0h). Couvert art.: R$ 15,00 a R$ 20,00. Estac. c/manobr. (R$ 13,00).
Uma tarde nostálgica
Passear pelo centro é uma forma de se transportar a outros tempos. Comece pelo glamour do Marabá. Inaugurado em 1945 com o drama Desde que Partiste, o lendário cinemão da Avenida Ipiranga, tombado em 1992, passou por uma reforma e reabriu em maio com cinco salas no formato multiplex. Antes de ir embora, confira a restauração da fachada e do saguão. Se o dia estiver bom, a vista panorâmica do Edifício Altino Arantes é uma boa pedida. Espécie de Empire State paulistano, a conhecida Torre do Banespa oferece um visual esplêndido de São Paulo. Em dias limpos, vê-se um raio de até 40 quilômetros. Continue a viagem ao passado na Galeria Olido, a poucos metros do Marabá, com a mostra de setenta imagens em preto e branco do fotógrafo francês Pierre Verger. São retratos da região da Andaluzia em 1935, às vésperas da Guerra Civil Espanhola. Ainda no clima nostálgico, dê um pulo no Ponto Chic, ali pertinho, para reviver os tempos áureos da década de 20. Inaugurado em 1922, ano da Semana de Arte Moderna, o bar-restaurante prepara um dos sanduíches mais queridos da cidade: o bauru, cuja receita foi inventada no pioneiro endereço do Largo do Paiçandu. No pão francês sem miolo, o super-recheio vem com rosbife, uma mistura de quatro queijos derretidos, tomate e pepino (R$ 14,40). Para comer como antigamente, quando poucos se preocupavam com calorias.
■ Marabá. Avenida Ipiranga, 757, centro, ☎ 5053-6881. R$ 5,00 (qua.), R$ 8,00 (seg., ter. e qui.), R$ 12,00 (sex. a dom. e feriados) e R$ 14,00 (na sala 3D).
■ Torre do Banespa (Edifício Altino Arantes). Rua João Brícola, 24, centro, ☎ 3249-7466. Segunda a sexta, das 10h às 17h. Permanência máxima de cinco minutos no mirante. Fechado em dias de chuva e feriados.
■ Galeria Olido. Pierre Verger — Andalucía, 1935. Avenida São João, 473, centro, ☎ 3397-0171. Terça a domingo, das 12h às 20h. Até 22 de dezembro.
■ Ponto Chic. Largo do Paiçandu, 27, centro, ☎ 3222-6528/9057. 8h/0h (fecha dom.).