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Guarda-Civil confessa armadilha para atrair jovens encontrados mortos

Polícia tem lista de outros dez guardas-civis para serem ouvidos sobre chacina de jovens

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 14h58 - Publicado em 12 nov 2016, 13h14

A Polícia Civil de São Paulo busca parceiros do guarda-civil Rodrigo Gonçalves Oliveira, preso por participar do assassinato dos cinco jovens encontrados mortos em Mogi das Cruzes, no domingo (6). Ele confessou ter sido o autor da armadilha que atraiu os jovens da zona leste para uma falsa festa em Ribeirão Pires, no dia 21 de outubro. O policial se passou por uma mulher loira chamada Terezinha, que convidou os novos amigos de Facebbok para uma “festa” em Ribeirão Pires. Ela tinha até enviado nudes aos rapazes, de forma a convercer todos a irem para a emboscada.

Os corpos de quatro dos jovens serão sepultados em uma cerimônia coletiva na tarde deste sábado (12), no Cemitério da Vila Alpina, na Zona Leste de São Paulo.

Segundo a delegada Elisabete Sato, diretora do DHPP, o guarda-civil disse que a intenção era prender os rapazes quando eles chegassem. “Ele conta que marcou com eles em uma frutaria na Avenida Rotary, em Ribeirão Pires, mas não apareceram. Então, ficou até as 5 horas na casa de uma mulher.”

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Dois guardas-civis de Santo André foram ouvidos nesta sexta (11) e há uma lista com outros dez nomes, que devem prestar depoimento na próxima semana no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). A polícia ainda apura suposta adulteração da cena do crime e ação para tentar incriminar policiais militares.

Para Elisabete, a história é “inverossímil”. “Para prender uma pessoa, são necessários dois guardas. Para prender dois, quatro. Como ele iria prender cinco pessoas sozinho?” Oliveira, segundo a diretora, agiu para vingar a morte do colega Rodrigo Lopes Sabino, assassinado durante o roubo a seu carro, em 24 de setembro. A arma do guarda também foi levada na ação.

“Ele (o preso) disse que, no velório, vários colegas o procuraram para dizer que estavam à disposição para o que precisasse”, disse Elisabete. Assim, segundo a delegada, ele havia se sentido “na obrigação” de tomar uma atitude. O guarda-civil pertence a um grupo chamado Rondas Ostensivas Municipais (Romu), que tem uniformes semelhantes aos da Rota estadual. Era instrutor de tiros da corporação e já havia matado duas pessoas em atos de resistência seguida de morte. 

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Além disso, ainda conforme a delegada, ele tinha um perfil falso feminino no Facebook, com o nome Terezinha e imagem de “uma mulher de seios voluptuosos”, de acordo com Elisabete, para fazer investigações criminais – o que não era sua função legal. “Ele falou que tinha se perdido e ido mais longe do que devia. Então, queimou o computador e o celular.”

Um ponto da investigação ainda sem resposta é sobre a chegada dos rapazes até a armadilha. Segundo a delegada, o Santana que o grupo usava de fato estava quebrado. O veículo foi encontrado e guinchado no dia 23 de outubro, dois dias depois do desaparecimento dos jovens.

 

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